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júlio de mesquita filho PDF

191 Pages·2016·0.75 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Felipe Alexandre Silva de Souza DETERMINAÇÕES ESTRATÉGICAS E ECONÔMICAS DA DOMINAÇÃO BRITÂNICA NO EGITO (1804-1956) MARÍLIA 2016 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Felipe Alexandre Silva de Souza DETERMINAÇÕES ESTRATÉGICAS E ECONÔMICAS DA DOMINAÇÃO BRITÂNICA NO EGITO (1804-1956) Dissertação submetida à banca examinadora para Exame de Defesa, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Relações Internacionais e Desenvolvimento. Orientadora: Professora Doutora Rosângela de Lima Vieira MARÍLIA 2016 Souza, Felipe Alexandre Silva de. S729d Determinações estratégicas e econômicas da dominação britânica no Egito (1804-1956) / Felipe Alexandre Silva de Souza. – Marília, 2016. 186 f. ; 30 cm. Orientador: Rosângela de Lima Vieira. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2016. Bibliografia: f. 180-186 1. Grã-Bretanha – Colônias - Administração. 2. Imperialismo – Historia. 3. Egito – História. 4. Capitalismo. I. Título. CDD 325.3410962 FELIPE ALEXANDRE SILVA DE SOUZA DETERMINAÇÕES ESTRATÉGICAS E ECONÔMICAS DA DOMINAÇÃO BRITÂNICA NO EGITO (1804-1956) Versão final da dissertação submetida à banca examinadora para Exame de Defesa na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho — UNESP, campus de Marília, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências Sociais. Linha de pesquisa: Relações Internacionais e Desenvolvimento. BANCA EXAMINADORA Orientadora: Professora Doutora Rosângela de Lima Vieira FFC/UNESP — Campus de Marília, Departamento de Ciências Políticas e Econômicas Professora Doutora Meire Mathias Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Sociais Professor Doutor Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos FFC/UNESP — Campus de Marília, Departamento de Ciências Políticas e Econômicas ___________________________________________________________________ Marília, 25 de Fevereiro de 2016 Agradecimentos À minha família: Lucia, José, Camila, Fabio e Mariana. Sem o suporte e incentivo deles, não seria possível sequer cogitar tomar o rumo da Pós-Graduação. À Rosângela, que, mais do que uma orientadora, se tornou uma referência — como profissional e como ser-humano — a ser seguida. Aos professores e amigos Meire, Paulo e Rodrigo, por aceitarem participar das bancas de qualificação e defesa, contribuindo em muito para o desenvolvimento do meu trabalho. Aos amigos que me receberam em Marília e me ajudaram inúmeras vezes, facilitando muitíssimo a trajetória da pós-graduação. Rodolfo, Francieli, Alexandre, Dexter, Claudia, Diego, Silvano, Aline, Amanda, Rodrigo Belli. Aos amigos da Universidade Estadual de Maringá, que com as muitas conversas e convivência contribuíram para a realização do projeto: Carlos Rico, Thais, Camila, Vinícius Spricigo, José Claudio, Pedro Jorge de Freitas. A todos os trabalhadores de todas as categorias que travam a difícil e raramente reconhecida luta cotidiana para manter a UNESP de Marília um ambiente de acolhimento humano e intelectualmente rico meio a um mundo cada vez mais desumano. Cogitar a possibilidade de independência de um país como o Egito, dentro do mercado capitalista mundial, é um absurdo. Mahmoud Hussein, 1969. Nas colônias britânicas o Sol nunca se põe e o sangue nunca seca. Ernest Jones, 1851. Até hoje, fez-se da violência, da guerra, do saque, do latrocínio e assim por diante as forças motrizes da história. Karl Marx e Friedrich Engels, 1845. Resumo Esta pesquisa analisa como a Grã-Bretanha, entre 1804 e 1956, incorporou o Egito à economia mundial capitalista na condição de periferia dominada. Baseada na perspectiva da análise sistêmica, a pesquisa buscou explicitar as necessidades econômicas e estratégicas que levaram a Grã-Bretanha, centro de acumulação capitalista do século XIX, a construir relações de subordinação com o Egito; e delinear como essas relações declinaram na medida em que a supremacia mundial britânica foi substituída pela americana na primeira metade do século XX. Deste modo, explicitaremos alguns determinantes históricos essenciais para a compreensão dos conflitos que se desenrolam no mundo árabe no século XXI. Palavras-chave: Grã-Bretanha; Egito; Países Centrais; Países Periféricos. Abstract This research aims to study how Great Britain, between 1804 and 1956, incorporated Egypt into the capitalist world economy in the condition of dominated periphery. Based in the systemic analysis perspective, the research intends to explicate the economic and strategic needs which lead Great Britain, the 19th Century’s core of capital accumulation, to develop relations of subordination with Egypt; and to outline how these relations declined as British world supremacy was substituted for American supremacy in the first half of the 20th Century. This way, we will explicate some essential historical determinations to understand the conflicts which take place in the arab world in the 21st Century. Keywords: Great-Britain; Egypt; Core countries; Periphery countries. Sumário Introdução................................................................................................................................05 1 Referenciais teóricos............................................................................................................23 1.1 Análise dos Sistemas-Mundo..............................................................................................23 1.2 O sistema interestatal e os ciclos sistêmicos de acumulação de capital..............................38 1.3 O ciclo britânico de acumulação de capital........................................................................52 2 A construção da dominação britânica do Egito (1804-1882)...........................................60 2.1 O Império Otomano e o subcontinente indiano nos momentos finais do CSA holandês....................................................................................................................................62 2.2 O governo de Muhammad Ali Paxá (1804-1848)...............................................................68 2.3 Os sucessores de Muhammad Ali Paxá (1848-1879).........................................................86 2.4 A consolidação da supremacia britânica sobre o Egito (1880-1882)................................102 3. Dominação em descenso (1882-1956)..............................................................................114 3.1 O início do ciclo americano de acumulação de capital (1870-1914)................................116 3.2 Do domínio informal à colônia formal (1882-1922)........................................................122 3.3 De volta ao domínio informal...........................................................................................137 3.4 A consolidação do ciclo americano de acumulação de capital.........................................144 3.5 Do fim da Segunda Guerra Mundial à Crise de Suez: o canto do cisne britânico no Egito (1945-1956).............................................................................................................................153 Considerações finais..............................................................................................................173 Referências bibliográficas....................................................................................................180 5    Introdução Cidade de Sid Bouzidi, Tunísia, 17 de dezembro de 2010. Em uma das ruas mais movimentadas da cidade, Mohamed Bouazizi, 26 anos de idade, ateou fogo a si mesmo, gerando grande comoção. Às pressas, foi levado ao hospital, onde viria a falecer depois de 18 dias. O doloroso suicídio foi o ponto culminante de uma degradante série de humilhações. Após várias tentativas frustradas de encontrar um emprego, a única forma de auxiliar sua família que restou a Bouazizi foi montar uma barraca para vender verduras e legumes. O jovem, no entanto, não tinha permissão oficial para exercer tal atividade, o que levou a polícia a confiscar sua quitanda. Sem sucesso em adquirir a licença, o desespero levou Bouazizi a seu ato derradeiro. O que nem ele nem ninguém pôde prever na ocasião foi que seu sacrifício seria a fagulha a desencadear uma onda de revoltas por toda a Tunísia — revoltas protagonizadas por vários setores da população, com destaque para as classes dominadas, exauridas pela repressão e corrupção governamental e, principalmente, as periclitantes e declinantes condições de existência. O imediato resultado foi a deposição do presidente tunisiano Zine ben Adidine Ben Ali. O suicídio de Bouazizi entrou para a História não apenas como um momento de desespero individual, mas como um ato que, por sua repercussão, se tornou inegavelmente político, como foram, décadas antes, a autoimolação de monges budistas no Vietnã do Sul. A insurreição tunisiana não demorou a engendrar consequências para além de suas fronteiras. O que ocorreu na Tunísia acabou sendo incentivo para as classes dominadas de outros países da região, que por sua vez generalizaram as condições para o surgimento de rebeliões em lugares mais distantes do Norte da África e do Oriente Médio. Até o final de 2012, em intensidades e durações variadas e com diferentes resultados, levantes ocorreram na Argélia, na Jordânia, em Omã, no Egito, no Iêmen, em Dijibout, na Somália, no Sudão, no Iraque, no Barehin, na Líbia, no Kuwait, no Marrocos, na Mauritânia, no Líbano, na Arábia Saudita, na Síria, na província iraniana do Kuzistão e nos Emirados Árabes Unidos. O que ligava os protestos nesses diferentes países era, basicamente a insatisfação generalizada com o aprofundamento do abismo entre as classes sociais, o declínio das condições de vida das classes trabalhadoras e os regimes ditatoriais tão comuns na região conhecida informalmente como mundo árabe/muçulmano. O conjunto dessas sublevações recebeu da imprensa internacional a alcunha de Primavera Árabe. Na avaliação do historiador marxista britânico Perry Anderson — feita em

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Essa constatação levou também à redução do objeto de pesquisa a Oitavo Exército Britânico, conseguindo assim chegar a El-Alamein, cidade a http://www.lse.ac.uk/europeanInstitute/research/hellenicObservatory/pdf/4th
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