JANE EYRE, romance de Charlotte Brontë publicado em 1847, é sua composição mais importante e uma obra que ocupa posição de destaque no Romantismo inglês. Apesar de ser um extenso romance, grande parte da narrativa de Jane Eyre aproxima-se do drama, pois o leitor vê-se diante de uma protagonista que muda o rumo dos acontecimentos a partir de sua ação, conduzindo, assim, o eixo dramático da narrativa. O trágico também acompanha todo o romance e toda a trajetória da personagem principal. O confronto com as perdas, a intervenção do destino, as escolhas morais, o prenúncio do inescapavelmente trágico e, ainda, as constantes citações de tragédias shakespeareanas, compõem o cenário trágico em JANE EYRE. O sucesso de sua publicação foi tamanha que sua primeira edição esgotou-se imediatamente, sendo publicada mais três reimpressões ainda em 1847.
JANE EYRE é a autobiografia ficcional da personagem principal que apresenta-se como Jane, órfã de pai e mãe, vivendo infeliz em companhia de parentes que a detestam. Após uma série de confrontos, Jane é enviada para um colégio interno, onde conhece seus primeiros momentos de verdadeira felicidade. Crescida e formada como professora, decide procurar uma nova posição, encontrando-a no Solar de Thornfield, como tutora da jovem Adèle, pupila de Lord Edward Rochester.
Quando finalmente conhece Lord Rochester, apaixona-se por ele, e ele por ela. Este lhe propõe casamento e ela aceita, contudo, no dia de seu casamento, Jane descobre um terrível mistério que assola o Solar de Thornfield. Desiludida, foge e após dias vagando sem destino é recolhida por St John Rivers e suas irmãs, descobrindo que o destino lhe reservara mais uma surpresa e reviravolta em sua vida. St John Rivers decide partir como missionário para terras distantes e levar a prima consigo, como esposa, entretanto Jane hesita e, antes de dar uma resposta ao primo, decide descobrir o que se passara com Lord Rochester, pois não tivera mais notícias dele desde que fugira de sua casa, um ano antes. Vem encontrá-lo ferido e sozinho no Solar de Thornfield, destruído, morando em companhia de alguns empregados ainda fieis.
O romance retrata a emancipação da mulher e de seu espírito, ideias contrárias, na visão de Charlotte Brontë, às histórias apresentadas nos romances de Jane Austen onde, segundo Borntë, as mulheres não eram aptas a trabalhar, devendo se casar para garantir sua sobrevivência. A autora, Charlotte Brontë, escreveu seu primeiro romance em um tempo em que não se eram permitidas experiências às mulheres. Neste livro, Charlotte Brontë, através de Jane Eyre, prova que as mulheres eram perfeitamente capazes de trabalhar e de lutarem por uma vida, independentemente de se casarem ou não.
Repleta de elementos simbólicos, apresentados ao longo da história, talvez para os leitores de nosso tempo, a obra não ressoe da mesma forma com relação à franqueza e à passionalidade da personagem principal, mas os mesmos leitores, ressentidos com o desamor e a falta de solidariedade de nosso tempo, estão fadados a se entregarem ao afeto, à igualdade e a um profundo senso humanitário que sustenta toda a história de JANE EYRE.
O lançamento de JANE EYRE pela EDITORA LANDMARK apresenta pela primeira vez esta magnífica e importante obra de Charlotte Brontë em uma inédita edição bilíngue, resgatando toda a magnificência da obra de uma das maiores escritoras inglesas.