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Inverno Na Manhã PDF

311 Pages·1.91 MB·Portuguese
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Mantive o nome das ruas de Varsóvia em polonês, com uma exceção: Ulica Graniczna tornou-se rua Border. Por quê? E por que agora? Levei cerca de 40 anos para me sentir pronta a escrever este livro. Durante todo esse tempo eu quase não pensei no passado. Nunca falei sobre ele com minha mãe ou minha irmã. Nunca contei a meu marido e a minhas filhas toda a história da minha sobrevivência. Preferi esquecer. As imagens terríveis só retornavam em meus sonhos. Tampouco tentei publicar os diários e contos que escrevi durante a guerra. Por muitos anos eles permaneceram esquecidos em minha gaveta em Varsóvia. Só os reli depois que minha mãe morreu e, entre os seus guardados, encontrei algumas páginas dos meus diários e contos cuidadosamente copiados por ela em sua caligrafia elegante. Só então, no início dos anos 1980, em Leeds, é que senti que deveria começar a escrever. Mergulhei profundamente no passado, esquecendo minha idade atual e voltando a ser aquela menina. É impressionante o quanto se pode recordar quando se decide reviver o passado, ano após ano, mês após mês, experiência após experiência. Fiz um esforço para ser fiel não apenas aos fatos, mas também aos meus próprios pensamentos e sentimentos da época. Tentei com afinco impedir que meu conhecimento atual e a percepção madura que tenho hoje interferissem em minhas memórias. Queria reingressar na vida, nos lugares, nos episódios tal como os tinha vivido. Era ainda meu o pequeno e limitado mundo de uma adolescente vivendo no medo, no isolamento, na ignorância de muitos fatos e ocorrências importantes. É por isso que meu relato não é nem tem a pretensão de ser um documento histórico. (Em respeito aos leitores mais jovens, que podem se sentir “historicamente confusos” durante a leitura, incluí uma breve cronologia dos eventos históricos relevantes, dos quais eu mesma não tinha muita consciência na época.) Meu livro é um tributo às inúmeras pessoas que ajudaram a mim, minha mãe e minha irmã a sobreviver à guerra. Em sua maioria, mulheres de diferentes idades, ocupações e origens sociais. Os motivos pelos quais arriscaram suas vidas para nos socorrer foram tão variados quanto suas personalidades. Durante a guerra aprendi uma verdade que geralmente preferimos não enunciar: que a coisa mais brutal da crueldade é que ela desumaniza suas vítimas antes de destruí-las. E que a luta mais árdua de todas é permanecer humano em condições desumanas. J B ANINA AUMAN Leeds, 1985 1. Os anos de paz Uma réstia de sol matinal sobre o assoalho de pinho, o guincho de um bonde desaparecendo na esquina, o barulho monótono de cascos de cavalo tarde da noite – são essas as minhas memórias mais antigas. Era justamente a passagem dos anos 1920 para os anos 1930. Vivíamos em Varsóvia, na rua Senatorska nº 10, não longe do distrito em que morava a maioria dos judeus. Mais tarde, quando meu pai se tornou conhecido o suficiente para montar sua própria clínica, e com o nascimento de minha irmã Sophie, nós nos mudamos para o centro da cidade, passando a morar num amplo apartamento na rua Sienna nº 5. Em seu lugar hoje se ergue o Palácio da Cultura e da Ciência, presente monumental dos soviéticos à capital polonesa. Eu crescia numa família feliz. Meu pai era médico cirurgião, e cuidava dos rins e bexigas das pessoas. O pai de minha mãe, vovô Aleksander, também era médico, e já tinha muita fama em Varsóvia antes de eu nascer. Meu avô paterno, cujo nome era Maks, era dono de uma loja de instrumentos musicais localizada na parte mais elegante da cidade, até que foi à falência. Eu me lembro dele como um velho modesto, cheio de tempo e sentimentos calorosos para me dedicar. De algum modo eu sabia que ele e vovó Viera eram pobres e dependentes de meu pai, enquanto os outros avós, que viviam na rua Border, eram ricos. Ricos não só porque vovô Aleksander era um médico cirurgião

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