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Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro PDF

234 Pages·2015·2.26 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro DENIVAL BIOTTO FILHO QUEM NÃO SONHOU EM SER UM JOGADOR DE FUTEBOL? TRABALHO COM PROJETOS PARA REELABORAR FOREGROUNDS Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas do Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Educação Matemática Orientador: Dr. Ole Skovsmose Rio Claro - SP 2015 510.1 Biotto Filho, Denival B616q Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? / Denival Biotto Filho. - Rio Claro, 2015 234 f. : il., figs., tabs. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Ole Skovsmose 1. Matemática - Filosofia. 2. Foreground. 3. Perspectivas de futuro. 4. Motivação. 5. Educação matemática crítica. 6. Posição de fronteira. 7. Apartheid social. I. Título. Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP DENIVAL BIOTTO FILHO QUEM NÃO SONHOU EM SER UM JOGADOR DE FUTEBOL? TRABALHO COM PROJETOS PARA REELABORAR FOREGROUNDS Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas do Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Educação Matemática Comissão Examinadora Dr. Ole Skovsmose Dr. Otávio Roberto Jacobini Dra. Maria do Carmo de Sousa Dr. César Donizetti Pereira Leite Dr. Antonio Vicente Marafioti Garnica Rio Claro, SP, 21 de Janeiro de 2015 Resultado: APROVADO AGRADECIMENTOS Ao professor Ole Skovsmose, meu orientador, pela amizade, pela dedicação, pela presença, pela paciência, bem como pelo imenso privilégio de poder ter sido seu orientando. Alguém que admiro profissionalmente e que admiro ainda mais como pessoa. Sinto-me privilegiado por ter tido a oportunidade de trabalhar com você. Ao professor Arthur Belford Powell, meu coorientador de Estágio de Doutoramento no Exterior, pela amizade, pelas sugestões, pela paciência, pela compreensão, e por ser uma pessoa marcante em meu processo de amadurecimento pessoal e profissional. Aos professores Antonio Vicente Marafioti Garnica, Cesar Donizetti Pereira Leite, Maria do Carmo de Sousa e Otávio Roberto Jacobini, que contribuíram para o enriquecimento desta pesquisa por participarem das bancas e pelas sugestões dadas. À professora Miriam Godoy Penteado, pela amizade, pelas sugestões, pelos conselhos e por fazer parte de minha “família acadêmica” há mais de dez anos. Aos meus “irmãos acadêmicos”, Raquel Milani, Renato Marcone José de Souza e Guilherme Henrique Gomes da Silva pelas sugestões, críticas, conselhos e amizade ao longo de minha caminhada nessa pesquisa. Aproveito para desejar boas vindas aos membros mais recentes da “família”, Ana Carolina Faustino e João Luiz Muzinatti. Aos que contribuíram com o cenário de pesquisa, incluindo as crianças participantes, os funcionários da instituição social, os profissionais convidados e as pesquisadoras Fabíola de Oliveira Miranda e Tatiane Tais Pereira da Silva. Aos membros do EPURA, grupo de estudo e pesquisa em educação matemática inclusiva, pelas discussões e sugestões. A Andreia Carvalho Maciel Barbosa e Wellerson Quintaneiro da Silva, por fazerem parte de minha caminhada nessa pesquisa durante o Estágio de Doutoramento no Exterior. A Natasha Fiscus e Scott Wolfenden com a ajuda na tradução para o inglês do artigo "Who has not dreamed of being a soccer player?": Investigating foregrounds. A Nathalia Cristina Prado da Silva, pelas sugestões de correções ortográficas, a Sara Biotto Simões, pela ajuda com a edição da Figura 1, e a Leticia de Jongh Godoy Janei pelas sugestões sobre a realização das entrevistas. E, por fim, à agência de fomento CAPES, pelo suporte financeiro que possibilitou a consolidação da presente pesquisa. I find that students are able to learn almost anything if they have reason to do so. (SKOVSMOSE, 1994, p. 190) RESUMO O conceito de foreground se refere a como uma pessoa vê seu próprio futuro. Envolve seus desejos, sonhos, intenções, expectativas, esperanças, medos e obstáculos. Este conceito é discutido em uma perspectiva social e inclui o contexto social, político e econômico do indivíduo. Os motivos para alguém aprender são formados em seu foreground e, consequentemente, alunos com foregrounds arruinados, sem perspectivas atraentes de futuro, têm poucos motivos para aprender. Apesar de haver pesquisas que apresentam importantes contribuições para as relações entre o foreground de um indivíduo e seu engajamento em atividades educativas, elas não discutem o que pode ser feito quando o foreground de um estudante não oferece motivos para a aprendizagem. Isso remete à minha pergunta de pesquisa: como reelaborar foregrounds em ambientes educacionais? Para investigar o pretendido, optei por desenvolver um conjunto de atividades em um ambiente educacional com um grupo de jovens em idade escolar para entender de que forma tais atividades poderiam contribuir para a reelaboração de seus foregrounds. Este cenário da coleta de dados foi configurado em uma instituição social de semiabrigo e intitulado Projeto Futebol. Esse tema foi explorado tendo como foco o desejo de muitas crianças de se tornarem jogadores de futebol. As atividades desenvolvidas foram baseadas na proposta de trabalho com projetos e envolveram jogos, conversas com profissionais convidados, entrevistas, produção de maquete, gravação e edição de vídeo. Entrevistas realizadas com os jovens participantes e episódios ocorridos durante o Projeto Futebol foram analisados para identificar possíveis reelaborações em suas perspectivas de futuro e para discutir o próprio conceito de foreground. A análise dos dados levou em conta o seguinte objetivo de pesquisa: investigar os foregrounds de estudantes em um ambiente educacional baseado na proposta pedagógica de trabalho com projetos a fim de discutir a reelaboração de foregrounds. As contribuições dessa pesquisa incluem a identificação de algumas características do conceito de foreground, reflexões sobre as relações entre o foreground de uma pessoa e seu contexto social, bem como discussões sobre as possibilidades da proposta de trabalho com projetos para a reelaboração de foregrounds em ambientes educacionais. Palavras-chave: Foregrounds. Trabalho com projetos. Perspectiva de futuro. Educação matemática crítica. ABSTRACT The concept of foreground relates to how individuals see their future, including their wishes, dreams, intentions, expectations, hopes, fears, and obstacles. The concept of foreground is usually discussed from a social perspective, and includes the social, political and economic context of a person. The reasons that students have for learning are formed from their foregrounds therefore, students with ruined foregrounds feel they have no real prospects for the future and no reason to learn. Although there are studies that discuss the relation between the foreground of individuals and their engagement in educational activities, this research does not discuss what to do when a student's foreground does not offer any real reasons for learning. This leads to my research question: how to reform foregrounds in educational settings? To investigate this subject, I chose to develop a set of activities with a group of school children in an educational setting, which would allow me to understand how such activities could contribute to reforming their foregrounds. This data collection was set in a social institution that shelters economically poor children and adolescents in an after-school center. The theme of this project was “Soccer Project”, which focused on the natural desire of many children to become soccer players. Included, were activities based on the project work proposal, which included games, chats with professional guests, interviews, acting, and recording and editing video. Interviews with youth participants and episodes from the Soccer Project were analyzed to identify possible reforms in their future, as well as to discuss the concept of foreground in general. The data analysis took into account the following research objective: to investigate the student's foregrounds in an educational setting based on project work proposals, in order to discuss the foreground reforms. This research will contribute in the following ways: to the identification of some characteristics of the concept of foreground, reflections on the relationship between the student's foreground and their social context, and the discussion of possible project work proposals to reform foregrounds in educational settings. Keywords: Foregrounds. Project work. Prospects. Critical mathematics education. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 SEÇÃO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16 “Como consertar o telhado?”: O conceito de foreground ....................................... 17 O desenvolvimento do conceito de foreground ................................................ 18 Pesquisas sobre foregrounds ............................................................................. 24 A necessidade de discutir a reelaboração de foregrounds ................................ 27 Referências ........................................................................................................ 29 Researching foregrounds: About motives and conditions for learning (Denival Biotto Filho & Ole Skovsmose) .................................................................................. 31 The notion of foreground .................................................................................. 31 An interview ...................................................................................................... 32 Features of a foreground ................................................................................... 35 Foregrounds and learning ................................................................................. 38 References ......................................................................................................... 39 “Caminhando por diferentes ambientes de aprendizagem”: Discutindo o trabalho com projetos ................................................................................................................ 42 Um olhar histórico para o desenvolvimento do trabalho com projetos ............ 43 Características atuais do trabalho com projetos ................................................ 47 A matemática e o trabalho com projetos ........................................................... 50 Uma proposta para trabalhar com projetos ....................................................... 59 Alguns desafios para o trabalho com projetos .................................................. 62 Referências ........................................................................................................ 64 SEÇÃO 2 – METODOLOGIA .............................................................................................. 66 “O que você quer ser quando crescer?”: Uma proposta para investigar foregrounds .................................................................................................................. 67 Foreground como uma leitura: entre vistas ...................................................... 69 Uma leitura dinâmica: registrando entre vistas ................................................. 72 Uma leitura coletiva: entre mais vistas ............................................................. 74 Background como uma leitura: o pano de fundo entre vistas ........................... 75 Uma leitura múltipla: ao alcance das vistas ...................................................... 77 Uma leitura entre vistas .................................................................................... 79 Referências ........................................................................................................ 81 SEÇÃO 3 – O CENÁRIO DE PESQUISA ........................................................................... 83 A configuração do cenário de pesquisa ..................................................................... 84 Situação arranjada ............................................................................................. 84 Configurando uma situação arranjada .............................................................. 86 Explorando um tema ......................................................................................... 87 Jogo das profissões ................................................................................ 90 Jogo convocados ................................................................................... 92 Encontro com um preparador físico ...................................................... 95 Encontro com dois estudantes ............................................................... 97 Pesquisas dos participantes ............................................................................... 98 Pesquisa sobre futebol ........................................................................... 99 Pesquisa sobre profissões .................................................................... 100 Pesquisa sobre futuro .......................................................................... 103 Apresentação das pesquisas ................................................................ 106 Considerações sobre o trabalho com projetos ................................................. 106 Considerações sobre a matemática no trabalho com projetos ........................ 109 As pessoas no cenário de pesquisa ........................................................................... 112 Os participantes ............................................................................................... 113 Backgrounds e foregrounds dos participantes ................................................ 124 Considerações sobre as entrevistas ................................................................. 127 Alguns episódios do cenário de pesquisa ................................................................ 130 Futebol ............................................................................................................ 130 Profissões ........................................................................................................ 140 Futuro .............................................................................................................. 146 Conversas finais .............................................................................................. 148 Considerações sobre foregrounds ................................................................... 152 SEÇÃO 4 – DISCUSSÕES .................................................................................................. 156 "Who has not dreamed of being a soccer player?": Investigating foregrounds . 158 Soccer in John’s foreground ........................................................................... 159 Soccer to cross the border ............................................................................... 161 Soccer: dream and frustration ......................................................................... 164 Soccer, foregrounds and mathematics education ............................................ 168 References ....................................................................................................... 169 “Vamos dar um rolezinho?”: O apartheid social e a posição de fronteira ........... 171 O apartheid social e a posição de fronteira .................................................... 172 O que você quer ser quando crescer? .............................................................. 176 Escolas e shopping centers em uma posição de fronteira ............................... 181 Referências ...................................................................................................... 183 “Você tem fome de quê?”: Foregrounds e matemática ......................................... 186 “A gente não quer só dinheiro”: Foregrounds incluem o quê? ...................... 187 “A gente não quer só comida”: Matemática pra quê? ..................................... 191 Referências ...................................................................................................... 196 “Esquece isso aí e vamos pensar na Copa”: Reelaborando foregrounds ............. 198 Foregrounds e o trabalho com projetos .......................................................... 200 Futebol e foregrounds ..................................................................................... 202 Educação e foregrounds .................................................................................. 205 Reelaborando foregrounds .............................................................................. 207 Queremos escolas padrão FIFA ...................................................................... 210 Referências ...................................................................................................... 211 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 214 Denival e seu background ............................................................................... 214 Denival e sua pesquisa .................................................................................... 216 Denival e o cenário de pesquisa ...................................................................... 219 Denival em uma posição de fronteira ............................................................. 221 Denival e seu foreground ................................................................................ 225 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 227 10 INTRODUÇÃO O que você quer ser quando crescer? A resposta a essa pergunta carrega desejos, intenções, alvos e sonhos. Tanto para crianças quanto para adultos, pensar sobre as próprias possibilidades de futuro pode envolver muitas esperanças, bem como muitas incertezas. Alguém que imagina seu futuro pode fazê-lo de modo utópico, sonhando com a vida que gostaria de ter. Pode-se também pensar sobre o futuro de modo realista, identificando quais possibilidades estão ao alcance. Realizações e frustrações passadas também são importantes para a configuração de esperanças e incertezas de uma pessoa. Muitas crianças talvez respondam à pergunta acima dizendo que querem se tornar um jogador de futebol. De fato, essa é a profissão mais almejada pelas crianças brasileiras (PIMENTA, 2006). E com boa razão. O futebol produz vencedores. O futebol produz fantásticas histórias de superação em que crianças pobres se tornam futebolistas ricos e famosos. O futebol realiza sonhos e produz heróis. Afinal, quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Essa pergunta, feita no título da presente tese, faz referência ao refrão de uma conhecida música da banda brasileira de reggae e pop rock Skank que representa quão comum é o sonho de se tornar um jogador de futebol. No entanto, a carreira futebolista não é a única perspectiva que pode ser vista como uma oportunidade de evolução social. Muitos estudantes consideram a educação como um meio eficaz para se conseguir uma condição social mais reconhecida e empregos mais qualificados (FRANCO; NOVAES, 2001). A matemática, que faz parte da educação formal, pode ser apontada como uma ferramenta de seleção social (STINSON, 2004). Em muitos casos, não dominar a matemática é estar condenado a subempregos (D’AMBROSIO, 2001). Por exemplo, pode-se pensar em muitos estudantes que aprendem matemática para se formar no ensino básico ou em algum curso, para prestar vestibulares, concursos públicos, bem como outros exames. Dessa forma, a matemática pode ser considerada como uma importante ferramenta nas relações de poder (SKOVSMOSE, 2007). Independentemente de um estudante querer se tornar um jogador de futebol ou querer uma profissão que exige intensa dedicação à educação formal, sua perspectiva de futuro certamente tem profundas implicações para a sua aprendizagem. O que ele quer ser quando crescer influencia suas escolhas e seu engajamento em atividades educativas (SKOVSMOSE 1994). Em décadas recentes, pesquisadores de todo o mundo têm discutido os motivos para a

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seguida, pedir-lhes para imaginar o futuro de modo mais realista, agora com os voltava-se agora a quais conceitos deveriam ser ensinados.
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