Cultivo de Psilocybe Cubensis Algumas considerações 1 – Meio de cultura Os meios mais difundidos para a produção caseira de P.cubensis é o meio PF, de vermiculita e farinha de arroz integral, e uma fórmula melhorada, com adição de sementes para pássaros, de Ryche Hawk. A produção dessa última é superior, apesar da colonização ser um pouco mais lenta. Uma formulação típica desse meio, que funciona muito bem é a seguinte: # Medida por volume: -1/4 vermiculita (1 copo) -2/4 sementes de pássaros (2 copos) -1/4 farinha de arroz integral (1 copo) Essas medidas dão para 6 a 8 copos. #Vermiculita: material granuloso de origem mineral, usado em jardinagem e em isolamento térmico e acústico. O tipo mais fino é melhor, mas todos funcionam. Se for muito grossa, algumas fontes aconselham a diminuir a quantidade de água. Vermiculita não é muito usada em jardinagem no Brasil, então pode ser difícil encontrar pequena quantidade para comprar. Procure em grandes Pet shops e lojas de artigos para jardinagem. Quando usada para fins de isolamento acústico, geralmente só é vendida em grandes quantidades (1 metro cúbico ou mais). # Sementes de pássaros: qualquer dessas misturas comerciais de sementes inteiras, sem sementes de girassol, e sem farináceos ou granulados vitamínicos misturados serve. Alpiste, colza, diversos milhos-alvo, linhaça, níger, milhete, nabão, aveia e outras sementes são os componentes normais dessas misturas. Níger e linhaça são altamente desejáveis. Se você quiser pode enriquecer a mistura com níger, até a proporção de 10%. # Farinha de arroz integral: melhor moer a sua própria, 1 dia antes de fazer o meio, mas a comprada pronta também funciona. Procure em lojas de produtos naturais. Elas têm arroz integral e às vezes a farinha. Evite as que são muito torradas. Pode-se moer também arroz com casca, em vez do arroz integral. # Água: use uma água mineral sem gás, de pH tendendo a neutro, em TODO o processo. A água de torneira geralmente tem cloro, e prejudica o crescimento do micélio. Água doce de fonte, de rios, de lagos, etc. é uma boa alternativa, desde que sem poluentes. # Preparação Meça o volume necessário das sementes de pássaros, secas. Elas devem ser colocadas em água e levadas ao fogo. Para cada copo de sementes coloque 2 a 3 copos de água. Esquente até ferver. Deixe fervendo por meia hora em fogo baixo. Complete a água para não secar, se necessário. Em seguida escorra em um escorredor ou coador por meia hora. A água escorrida pode ser reservada para usar na mistura. É cheia de nutrientes. Após serem escorridas por meia hora as sementes estão prontas, com a quantidade certa de água. Cada copo de sementes secas, após fervido e escorrido, fica com o volume aproximado de 2,5 a 3 copos. Meça e misture a vermiculita e a farinha de arroz integral, secas, nas proporções correspondentes. A quantidade de água a ser adicionada nessa mistura de vermiculita e farinha de arroz é de 40 a 60 ml para cada copo da mistura. Se você reservou a água da fervura das sementes use-a agora, no lugar de água mineral. Junte as sementes de pássaros fervidas e escorridas. Após tudo misturado o meio não pode ficar cheio de água. Ele fica no máximo úmido ao toque. Se ficar sobrando muita água é porque algo deu errado. Como norma de regra, falta de água é melhor do que o excesso. Após misturar bem, prepare-se para colocar o meio nos vidros. Alternativamente, pode ser usado um meio feito somente de sementes de pássaros e um pouco de arroz integral, inteiros, sem vermiculita ou farinhas. Para fazer esse meio misture 2 copos de sementes de pássaros (alguma mistura com predominância de milho alvo, de preferência) e 1 copo de arroz integral (ou arroz com casca). Se você quiser pode enriquecer a mistura, com níger. A mistura de sementes e arroz é preparada como as sementes do método acima, e após escorrida embalada nos copos. Pode-se usar ou não o selo de vermiculita (veja abaixo). Se você não tiver vermiculita ou não usar o selo terá que tomar cuidados redobrados com a esterilização e limpeza do ambiente. 2 – Preparação dos frascos e esterilização Coloque o meio em copos retos, de preferência transparentes e incolores, lisos, de vidro. A medida é a padrão para copos de água, cerca de 250 ml. Copos tão largos quanto compridos são melhores do que os mais compridos e finos. Coloque o meio sem compactar, bem aerado. Os espaços são importantes para o micélio crescer e para ter oxigênio para a fase inicial da cultura. Não encha até a boca do copo. Deixe sobrar 1cm- 1,5cm em cima sem meio, com o vidro bem limpo. Complete com vermiculita seca. Ela funciona como filtro, impedindo que muitos contaminantes alcancem o meio de cultura. É o selo de vermiculita. Tampe o copo com uma rodela de papel alumínio, feita com duas ou três folhas, com uma sobra lateral de 1cm. Dobre a sobra lateral ao redor do copo. Não aperte muito a tampa. Uma panela de pressão é essencial para a esterilização. Só falarei aqui sobre esse método de esterilizar. Coloque os vidros na panela, com água até metade da altura dos vidros. Esquente. Quando começar a soltar o vapor abaixe o fogo para perder menos água e deixe esterilizar por 30 a 40 minutos. O vapor penetra pelas tampas e esteriliza eficientemente o meio. A esterilização com vapor e pressão é muito mais eficiente que a esterilização seca na mesma temperatura. Desligue o fogo e espere a panela esfriar. Abrir a panela quente fará os meios ferverem nos vidros. Prepare um rolo de durex. Abra a panela, pegue rapidamente os vidros, sem deixar a tampa sair do lugar, aperte-as e vede-as em volta do vidro, usando o durex. Reserve os meios para a inoculação. Não pode haver água acumulada no fundo após esfriarem. A camada superior de vermiculita pura fica seca ou quase seca, com grãos soltos. Deixe os vidros esfriarem completamente. Os esporos são muito sensíveis a calor. O melhor lugar para fazer a inoculação é na tampa aberta de um forno quente. Se você decidir fazer assim esquente o forno em fogo alto por meia hora, depois abra a tampa e a use como uma bancada de trabalho. Cuidado para não se queimar, ou para não jogar algum desinfetante inflamável no fogo ou no metal aquecido. Se não for na tampa de forno use uma superfície que possa limpar bem, tipo uma fórmica. Evite ao máximo lugares sujos e correntes de ar. Esterilize antes o lugar com um desinfetante eficiente (lysol, lisoform, água sanitária). Esterilize a tampa e a vedação dos vidros com o desinfetante e um pano ou guardanapo limpo. Jogue duro. Contaminação é trabalho, dinheiro e tempo perdidos. Prepare a seringa de esporos. É bom ter um chama acessa, para esterilizar a agulha a cada vidro inoculado. Também é bom recolocar a capa protetora da agulha a cada intervalo, ou a cada vidro. Balance bem a seringa, para dispersar os esporos por toda a água. Para inocular fure a tampa de papel alumínio com a agulha. Apóie a agulha contra o vidro, logo após a camada de vermiculita, e injete 0,25 ml. Pode ser difícil para você injetar uma quantidade pequena assim. Mas você pode comprar uma seringa vazia e treinar alguns dias antes. Faça 3 ou 4 inoculações por vidro. Logo após inocular tampe o furo com durex. 3- Colonização Após a inoculação guarde os vidros em um lugar escuro, de preferência desinfetado, com a boca para cima. Uma gaveta ou caixa servem bem. Evite o nível do chão. A maior parte dos contaminantes de culturas se concentra a pouca altura do chão. Nesse início os meios estão vedados, mas pode ser interessantes abrir os furos depois. Sem luz a colonização é mais rápida. Se quiser deixe um ou dois vidros em luz indireta para comparar. Você vai querer olhá-los pelo menos uma vez ao dia. Esses minutos de luz não vão prejudicar o crescimento. Os primeiros sinais de crescimento aparecem entre 3 a 5 dias, perto dos locais de inoculação. São pequenos focos brancos. Logo esses focos se expandem rapidamente, às vezes mantendo o aspecto de "penugem" do início, outras vezes com um aspecto de crescimento em "tiras" (rizomórfico), que geralmente é mais rápido. Em 2 a 3 semanas a parte superior do vidro já deve estar toda colonizada. A área total colonizada passa de 50% da área total. É normal nessa fase o crescimento diminuir o ritmo. A causa mais provável é a diminuição do suprimento de oxigênio. Para retomar o crescimento rápido é bom retirar o durex dos furos de inoculação. Só faça isso se a parte superior do vidro estiver completamente colonizada. Psilocybe cubensis é um competidor forte, e dificilmente ocorre contaminação em uma área se o micélio já estiver estabelecido. Passe um desinfetante na tampa ao redor e tire o durex. Guarde de novo os vidros no escuro. Se quiser ter mais segurança cubra a tampa de papel alumínio com uma outra de papel filtro ou papel de coador de café. Essa tampa extra evitará depósito de poeira na tampa de papel alumínio. Com 28 a 35 dias os vidros devem estar totalmente colonizados. Se não estiverem espere até a colonização chegar a 100%. O bolo só deve ser retirado do vidro quando o micélio tiver coberto toda a superfície. Só isso evita a contaminação do bolo no terrário. O fundo geralmente é a última área a colonizar. Se houver excesso de água depositado no fundo essa última etapa da colonização fica difícil. Pode ser necessário inverter o vidro, ou abortá-lo. Quando um vidro chegar a 100% retire-o do escuro e coloque-o em um lugar de luz indireta. Se quiser, pode inverter o vidro nessa etapa, e colocá-lo de boca para baixo, posição em que o bolo vai ser colocado no terrário. Algumas linhagens formam "pins" (pequenos cogumelos - o início da frutificação) com esse procedimento. Se isso ocorrer é hora de retirar o bolo do vidro e colocá-lo em um terrário. Se após 10 dias na luz não se formarem "pins" retire o bolo do vidro assim mesmo. Para retirar o bolo do vidro prepare primeiro o terrário. Em seguida tenha junto uma base para o bolo. Você pode fazer uma de papel alumínio, no formato e tamanho da tampa do vidro, ou usar um pires, por exemplo. Tire a(s) tampa(s), coloque a base inverta o vidro e solte o bolo com tapas suaves, se ele não se soltar com o próprio peso. Contaminação: Nem sempre a cultura ocorre que nem o esperado. A maior fonte de problemas é a contaminação por outros fungos e bactérias. O micélio de P.cubensis é branco, brilhante ou quase. Áreas amareladas podem ocorrer em contato com gotas ou acumulo de água no vidro. Qualquer outra cor indica crescimento de contaminantes. São comuns contaminantes amarelos, pretos, verdes e marrons. Contaminantes brancos são raros em vidros de cultura, mas podem ocorrer. Nesse caso você vai distingui-los pela textura diferente da do micélio. Se ocorrer contaminação, aborte o vidro, mesmo que o micélio pareça estar sufocando o contaminante. Você não vai querer arriscar ter substâncias tóxicas junto aos seus cogumelos. Mesmo se a colonização transcorrer normal, se quando você tirar o bolo do vidro sentir um cheiro forte de azedo ou amargo pode haver contaminação por bactérias. Descarte o vidro. O cheiro normal da cultura é suave. Dependendo da pessoa é percebido como levemente doce/azedo ou cheiro de mofo. Mesmo com o vidro 100% colonizado e com a cor correta, branco, podem surgir manchas de outra cor na fase final da colonização. Descarte o vidro contaminado. Se você perder uma percentagem grande de vidros para a contaminação revise seus métodos de cultura e esterilização. Seja mais rigoroso nas técnicas. 4 – O terrário, a manutenção dos bolos e a colheita É o lugar onde vai ocorrer a fase final da cultura, onde vão surgir os cogumelos. Basicamente o terrário é um recipiente que serve para proteger os bolos e os cogumelos, e manter um meio ambiente propício à produção. # O vasilhame: Um aquário dá um ótimo terrário. Bonito e prático. Deve ter no mínimo 30cm de altura. Calcule um bolo de capacidade a cada quadrado de 15x15cm. Entretanto um ou mais aquários para conter muitos bolos é caro. Muitos recipientes alternativos podem ser usados. Um bom recipiente é um galão plástico de água de 20 litros. A parte superior, onde fica o bico, pode ser cortada, deixando o tubo reto. Uma tampa de vidro, com uma camada de espuma colada na borda, é barata, e serve para vedar bem. Em um galão desses cabem 4 bolos. Use estes ou outros recipientes conforme conseguir adaptá-los à função. # Umidade: É desejável que a umidade do terrário seja alta. Isso pode ser conseguido com uma ou a combinação de várias técnicas. Umidificador: produz vapor d’água, que se for quente deve ser resfriado antes de chegar ao terrário. Fundo de material poroso: mantendo-se um fundo destes parcialmente umedecido, há uma evaporação contínua, que aumenta bem a umidade. O ideal é usar perlita, mas esse material não é disponível no Brasil na forma ideal para uso em culturas. Na falta de perlita uma mistura de pedra pome, areia e vermiculita deve ser a melhor alternativa. Pode acumular água no fundo e ser necessário drenar de vez em quando. Materiais orgânicos como xaxim em pó se contaminam rapidamente, então são inúteis. Borbulhadores de aquário: servem para aumentar um pouco a umidade. Se o circuito for interno, quer dizer, com o borbulhador dentro do terrário, é mais eficiente em elevar a umidade. Com o borbulhador fora do aquário a troca de ar é favorecida, e você praticamente não precisa se preocupar com o acúmulo de CO2. Em um terrário sem troca de ar, pelo menos uma vez ao dia você deve abrí-lo e deixar ventilar, para a entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico. Lembro que fungos não são plantas, e não fazem fotossíntese. Eles respiram oxigênio e excretam gás carbônico o tempo inteiro. Pulverizador: esses pulverizadores comuns de jardins. O spray de água não deve ser dirigido diretamente para os bolos. Estes não conseguem absorver água dessa maneira. Para usar um pulverizador você deve colocar um anteparo, um escudo, acima dos bolos, e pulverizar água nesse anteparo. Umidificação direta dos bolos: no site de PF é descrita uma técnica de "duplo casing" que nada mais é do que umedecer a camada de vermiculita que ficou entre o suporte e os bolos, e adicionar no topo destes outra camada úmida de vermiculita. Essas camadas inferior e superior de vermiculita devem ser mantidas úmidas, evitando-se o excesso, como chegar a escorrer água pelos lados, enquanto não houver cogumelos surgindo nelas ou nas proximidades. Nos intervalos dos fluxos elas podem voltar a ser umedecidas. Esta técnica funciona muito bem. Coloque os bolos no terrário sobre a base escolhida. Evite o contato dos bolos com o material do fundo. Os cogumelos não necessitam de luz para crescer, só para indicar a direção certa do crescimento. Se estiverem em um armário ou local fechado, basta uma luz suave durante algumas horas por dia. Cuidado com o super aquecimento. Não cozinhe suas culturas. Agora é só esperar o aparecimento dos frutos. Vários "pins" se formam, mas normalmente só alguns deles crescem. Os que param de crescer e escurecem são abortos. Se você conseguir identificá-los e colhê-los antes de ficarem escuros eles serão aproveitáveis. Se apodrecerem tire-os do bolo de qualquer jeito, mas jogue-os fora. Os "pins" que crescerem chegarão até a fase final de produção de esporos, a não ser que você impeça, colhendo-os antes. O momento ideal para colher é quando o chapéu vai começar a se abrir. Arranque o cogumelo do bolo. Algum micélio pode vir junto. Não deixe pedaços de cogumelo lá para apodrecerem e favorecerem o aparecimento de contaminação. As partes pressionadas ou cortadas dos cogumelos vão ficar azuladas em poucos minutos. Isso é normal, é devido ao processo de desfosforilização da psilocibina para psilocina. O motivo de se colher o cogumelo antes do chapéu abrir é que a concentração de psilocina e psilocibina é maior nas fases jovens. Quando o chapéu vai se abrir você tem uma ótima taxa de princípios ativos e uma boa biomassa. Se você deixar o cogumelo crescer além disso a qualidade cai, além de ficarem mais fibrosos e menos digeríveis. Se você quiser coletar seus próprios prints de esporos é bom deixar um cogumelo grande chegar até a maturidade. Na verdade, é bom coletar prints de pelo menos 10 cogumelos, em bolos e fluxos diferentes, para se garantir contra uma possível mutação deletéria. Mais tarde voltaremos aos prints. Um bolo pode, conforme a técnica, a linhagem de cubensis e as condições de cultura, fornecer ao longo de seus fluxos de 10 a 30 cogumelos, ou seja, de 5 a 10g secas. Ocorrem até 5 ou 6 fluxos, mas normalmente pára em 4. 5- A secagem Bem, digamos que agora você tenha em mãos os cogumelos adultos. Podem ser conservados até uma semana em um saco de papel, na geladeira. Se não forem usados nesse tempo começarão a apodrecer. Congelar não é um bom método, vai estragá-los. Há algumas formas de conservação. A secagem é a mais usada, talvez a mais prática e eficiente. Em resumo são esses os métodos de secagem: a. Usar dissecante, somente: Coloque os cogumelos em um recipiente hermeticamente fechado, junto com dissecante. Não deixe em contato direto, entretanto. Use papel, pano ou um anteparo qualquer para separá-los. Prós: é a maneira mais "limpa", e que afeta menos a potência. Se o dissecante for sílica gel pode ser reaproveitado. Os cogumelos ficam realmente secos a ponto de se esfarinhar quando pressionados na mão. Contras: precisa de uma grande quantidade de dissecante, mais ou menos 1kg de sílica gel para cada 20 cogumelos médios, de uns 10cm cada, para ser rápido. Se for usado pouco dissecante, demora muito, e os cogumelos podem se apodrecer, especialmente os grandes, que devem ser cortados em pedaços antes, manipulação que leva à perda de potência. Cogumelos podres não devem ser consumidos, mesmo que venham a ser secos. Se o dissecante for sílica gel 1kg custa R$ 100 no varejo, o que eleva muito o custo. Há um tipo de dissecante vendido em supermercado, mas não sei se é eficiente. b. Estufa com luz: Enrole os cogumelos em papel toalha e depois em um pano bem escuro, que não deixe passar luminosidade nenhuma. Use uma folha de papel toalha para cada dois cogumelos médios, e coloque umas 4 folhas em um pano do tamanho de uma camisa. Coloque em um armário ou caixa fechada, com uma lâmpada de 100watts a uns 10-20cm. Prós: é um método barato, que gasta materiais do dia-a-dia, e exige somente a montagem de um local de secagem. Contra: os cogumelos não ficam tão secos quanto com dissecante, exceto os muito pequenos. Há alguma perda de potência se ficarem mais do que 4 ou 5 dias. c. Com corrente de ar: esse esquema nunca vi em funcionamento, mas parece simples, e há quem diga que é ótimo. Monte numa caixa ou armário uma tela perfurada, protegida da luz, coloque os cogumelos nela e jogue em cima a corrente de ar de um ventilador pequeno. Os relatos mais otimistas falam em dois dias de secagem. Prós: é um método barato, que gasta materiais do dia-a- dia, e exige somente a montagem de um local de secagem. Contra: Talvez você fique muito dependente da umidade local do ar. d. Estufa: Coloque os cogumelos em uma estufa, com temperatura controlada. A temperatura máxima é de 60 graus Celsius, sendo melhor um pouco abaixo disso (70 graus Celsius certamente destruirão a psilocibina). Deixar a porta entreaberta pode ser ainda mais eficiente, pois o ar quente estará sempre passando pelos cogumelos. Prós: esquema rápido, com secagem muito eficiente. Contra: alguma perda de potência. Uma estufa é cara, no mínimo uns R$ 300. Se houver algum acidente de superaquecimento, a perda pode ser total. Fora esses 4 métodos há vários outros, com gás carbônico, por exemplo, ou com outras formas de aquecimento, etc. O método com a estufa de luz ou com uma corrente de ar são os mais simples e práticos. Se possível, fazer um estágio final em dissecante, que pode ser guardá-los junto com. A secagem tem de estar bastante avançada em 4 a 5 dias, para não começarem a apodrecer. Guarde protegido da luz, em um recipiente hermeticamente fechado, depois de secos. 6 – Prints Os cogumelos se reproduzem via esporos. Nos cogumelos maduros são produzidos no chapéu, e caem pela parte de baixo, através da estrias. Se você quiser coletá-los é possível. Esterilize no forno um vidro, limpo, raso, com diâmetro suficiente para caber um chapéu de um cogumelo grande. Em um forno caseiro use a temperatura máxima, por 2 horas. Cubra o vidro com uma tampa de papel alumínio. Deixe esfriar. Depois aperte bem a tampa, para manter estéril. Para coletar esporos você deve deixar um cogumelo ficar bem grande e abrir o chapéu. Escolha um bom exemplar e deixe-o passar do tempo ideal de coleta. O chapéu se abre e comumente começa até a inverter as bordas. Essa é a hora. Limpe muito bem as mãos e esterilize uma tesoura. Colete o cogumelo. Com a tesoura, corte o caule o mais próximo possível do chapéu. Pegue o chapéu e coloque no vidro estéril. Tampe e deixe em um lugar escuro por dois dias. O resultado deve ser um print púrpura, quase preto de tão escuro. Se você usou um cogumelo grande, tipo 4 a 5 cm de diâmetro, um print bem escuro dá para fazer 50 seringas novas. O vidro fica suado. Seque-o em um local protegido da luz por uns dias, com a tampa frouxa. De preferência use dissecante. Após o vidro ficar seco, feche bem a tampa e vede com fita ou durex. Um print conservado seco, em temperatura amena e ao abrigo da luz pode durar mais de um ano. Para ter certeza de que tem esporos viáveis colete prints de vários cogumelos, talvez uns dez, de vários bolos, em vários estágios da cultura. Na hora de preparar as seringas partes desses prints podem ser misturadas. As seringas devem ser preparadas em condições estéreis, com água idem. Raspe os esporos do vidro onde está o vidro, com uma faca ou cabo de talher, jogue em um outro vidro e ponha água na quantidade planejada. Seringas caseiras não duram muito tempo. O melhor é prepará-las até 1 dia antes de começar a nova cultura. O caule e o chapéu do cogumelo usado para tirar prints podem ser secos. Só não serão tão potentes quanto os exemplares coletados na idade ideal. Organizado em pdf por Greenomo.