ebook img

Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal PDF

381 Pages·2016·3.38 MB·Portuguese
by  
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal

Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal No xxx Janeiro/2016 2016 Ministério da Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da CONITEC. Informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 8° andar CEP: 70058-900, Brasília – DF E-mail: [email protected] http://conitec.gov.br 2 CONTEXTO Em 28 de abril de 2011, foi publicada a Lei n° 12.401, que altera diretamente a Lei nº 8.080 de 1990 dispondo sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologias em saúde no âmbito do SUS. Essa lei define que o Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC, tem como atribuições a incorporação, exclusão ou alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) são documentos que visam a garantir o melhor cuidado de saúde possível diante do contexto brasileiro e dos recursos disponíveis no Sistema Único de Saúde. Podem ser utilizados como material educativo dirigido a profissionais de saúde, como auxílio administrativo aos gestores, como parâmetro de boas práticas assistenciais e como documento de garantia de direitos aos usuários do SUS. Os PCDT são os documentos oficiais do SUS para estabelecer os critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde; o tratamento preconizado incluindo medicamentos e demais tecnologias apropriadas; as posologias recomendadas; os cuidados com a segurança dos doentes; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos a serem buscados pelos profissionais de saúde e gestores do SUS. Os medicamentos e demais tecnologias recomendadas no PCDT se relacionam às diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde a que se aplicam, bem como incluem as tecnologias indicadas quando houver perda de eficácia, contra-indicação, surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha. A nova legislação estabeleceu que a elaboração e atualização dos PCDT será baseada em evidências científicas, o que quer dizer que levará em consideração os critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das intervenções em saúde recomendadas. Para a constituição ou alteração dos PCDT, a Portaria GM n° 2.009 de 2012 instituiu na CONITEC uma Subcomissão Técnica de Avaliação de PCDT, com as seguintes competências: definir os temas para novos PCDT, acompanhar sua elaboração, avaliar as recomendações propostas e as evidências científicas apresentadas, além de revisar periodicamente, a cada dois anos, os PCDT vigentes. 3 Após concluídas todas as etapas de elaboração de um PCDT, a aprovação do texto é submetida à apreciação do Plenário da CONITEC, com posterior disponibilização do documento em consulta pública para contribuição de toda sociedade, antes de sua deliberação final e publicação. O Plenário da CONITEC é o fórum responsável pelas recomendações sobre a constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, além dos assuntos relativos à incorporação, exclusão ou alteração das tecnologias no âmbito do SUS, bem como sobre a atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). É composto por treze membros, um representante de cada Secretaria do Ministério da Saúde – sendo o indicado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) o presidente do Plenário – e um representante de cada uma das seguintes instituições: Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, Conselho Nacional de Saúde - CNS, Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e Conselho Federal de Medicina - CFM. Cabe à Secretaria-Executiva da CONITEC – exercida pelo Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS/SCTIE) – a gestão e a coordenação das atividades da Comissão. Conforme o Decreto n° 7.646 de 2011, a publicação do PCDT é de responsabilidade do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos após manifestação de anuência do titular da Secretaria responsável pelo programa ou ação, conforme a matéria. Para a garantia da disponibilização das tecnologias previstas no PCDT e incorporadas ao SUS, a lei estipula um prazo de 180 dias para a efetivação de sua oferta à população brasileira. APRESENTAÇÃO DA DIRETRIZ O nascimento no ambiente hospitalar se caracteriza pela adoção de várias tecnologias e procedimentos com o objetivo de torná-lo mais seguro para a mulher e seu filho ou filha. Se por um lado, o avanço da obstetrícia moderna contribuiu com a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatais, por outro permitiu a concretização de um modelo que considera a gravidez, o parto e o nascimento como doenças e não como expressões de saúde, expondo as mulheres e recém-nascidos a altas taxas de intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa e apenas em situações de necessidade e 4 não como rotina. Esse excesso de intervenções deixou de considerar os aspectos emocionais, humanos e culturais envolvidos no processo, esquecendo que a assistência ao nascimento se reveste de um caráter particular que vai além do processo de adoecer e morrer. Quando as mulheres procuram ajuda, além da preocupação sobre a sua saúde e a do seu filho ou filha, estão também em busca de uma compreensão mais ampla e abrangente da sua situação, pois para elas e suas famílias o momento da gravidez e do parto, em particular, é único na vida e carregado de fortes emoções. A experiência vivida por eles neste momento pode deixar marcas indeléveis, positivas ou negativas, para o resto das suas vidas. Por isso, torna-se imprescindível a qualificação da atenção à gestante, a fim de garantir que a decisão pela via de parto considere os ganhos em saúde e seus possíveis riscos, de forma claramente informada e compartilhada entre a gestante e a equipe de saúde que a atende. A Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal é um esforço da Coordenação Geral de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde para a qualificação do modo de nascer no Brasil. Este documento, em conjunto com Diretrizes de Atenção à Gestante: a operação cesariana, visa orientar as mulheres brasileiras, os profissionais de saúde e os gestores, nos âmbitos público ou privado, sobre importantes questões relacionadas às vias de parto, suas indicações e condutas, baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis. Esta Diretriz foi elaborada por um grupo multidisciplinar, o Grupo Elaborador da Diretriz ou GED, composto por médicos obstetras, médicos de família, clínicos gerais, médico neonatologista, médico anestesiologista e enfermeiras obstétricas, convidados pela CONITEC e pela Coordenação Geral da Saúde da Mulher (CGSM) do Ministério da Saúde. O escopo da Diretriz e as perguntas a serem respondidas foram definidas com a participação de um grupo ampliado de interessados (grupo consultivo), entre eles, sociedades e associações médicas, de enfermagem e das mulheres, agências reguladoras, pesquisadores, profissionais e conselhos de profissionais de saúde, além de áreas técnicas do Ministério da Saúde - da Mulher e da Criança - e a CONITEC. O documento resultante do consenso obtido pelo grupo ampliado, foi apresentado à CONITEC na 42 ª Reunião da CONITEC, realizada nos dias 02 e 03 de dezembro de 2015, onde os membros da CONITEC apreciaram a proposta da Diretriz do Parto Normal que será disponibilizada em consulta pública com recomendação preliminar favorável. 5 SUMÁRIO 1 Introdução e contexto........................................................................................................................... 17 2 Escopo e finalidades .............................................................................................................................. 19 2.1 Objetivos gerais.............................................................................................................................. 19 2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................................... 19 3 A quem essa diretriz se destina ............................................................................................................ 19 Profissionais/usuários da diretriz ......................................................................................................... 21 4 Quem desenvolveu esta diretriz ........................................................................................................... 21 5 Metodologia para elaboração desta diretriz ........................................................................................ 22 5.1 Elaboração do escopo .................................................................................................................... 22 5.2 Processo para elaboração da diretriz............................................................................................. 22 5.2.1 Estratégia de busca da literatura ............................................................................................ 22 5.2.2 Avaliação, síntese e classificação da evidência ....................................................................... 25 5.2.3 Considerações sobre utilização de recursos e análises econômicas ...................................... 26 5.2.4 Das evidências às recomendações .......................................................................................... 27 5.2.5 Revisão externa ....................................................................................................................... 27 5.2.6 Desfechos considerados nesta diretriz ................................................................................... 27 5.2.7 Atualização desta diretriz........................................................................................................ 28 6 Sumário de recomendações ................................................................................................................. 28 Local de assistência ao parto ............................................................................................................... 28 Profissional que assiste ao parto ......................................................................................................... 29 Cuidados gerais durante o trabalho de parto ...................................................................................... 29 Informações e comunicação ................................................................................................................ 29 Apoio físico e emocional ...................................................................................................................... 31 Dieta durante o trabalho de parto ....................................................................................................... 31 Medidas de assepsia para o parto vaginal ........................................................................................... 31 6 Avaliação do bem-estar fetal ............................................................................................................... 31 Manejo da dor no trabalho de parto ................................................................................................... 32 Analgesia inalatória .......................................................................................................................... 33 Analgesia intramuscular e endovenosa ........................................................................................... 33 Analgesia regional ............................................................................................................................ 33 Ruptura prematura de membranas (RPM) no termo .......................................................................... 36 Eliminação de mecônio imediatamente antes ou durante o trabalho de parto ................................. 37 Assistência no primeiro período do parto ........................................................................................... 38 Definição e duração das fases do primeiro período do trabalho de parto ...................................... 38 Observações e monitoração no primeiro período do parto ............................................................ 39 Intervenções e medidas de rotina no primeiro período do parto ................................................... 41 Falha de progresso no primeiro período do trabalho de parto ....................................................... 41 Assistência no segundo período do parto ........................................................................................... 42 Ambiente de assistência, posições e imersão em água ................................................................... 42 Puxos e manobra de Kristeller ......................................................................................................... 42 Definição e duração do segundo período do trabalho de parto ..................................................... 43 Falha de progresso no segundo período do parto ........................................................................... 44 Cuidados com o períneo .................................................................................................................. 45 Assistência no terceiro período do parto ............................................................................................ 45 Retenção placentária ....................................................................................................................... 48 Cuidados maternos imediatamente após o parto ............................................................................... 48 Observação e monitoração da mulher imediatamente após o parto ............................................. 48 Cuidados com o períneo .................................................................................................................. 48 Assistência ao recém-nascido .............................................................................................................. 51 Assistência imediatamente após o parto ......................................................................................... 51 7 Local de assistência ............................................................................................................................... 55 7.1 Introdução ...................................................................................................................................... 55 7 7.2 Benefícios e riscos associados com o local do nascimento ........................................................... 55 7.2.1 Questão de revisão: ................................................................................................................ 55 7.2.2. Evidências Científicas ............................................................................................................. 56 7.2.3 Domicílio comparado com Centro de Parto Normal extra-hospitalar (CPNE) manejado por enfermeiras obstétricas ou obstetrizes (“freestanding midwifery unit”) ....................................... 56 7.2.4 Domicílio comparado com centro de parto normal intra ou peri-hospitalar (CPNI) (“alongside midwifery unit”) ............................................................................................................................... 60 7.2.5 Domicílio comparado com uma maternidade baseada em hospital ...................................... 64 7.2.6 Centro de Parto Normal extra-hospitalar comparado com centro de parto normal intra ou peri-hospitalar manejado por enfermeiras obstétricas ................................................................... 74 7.2.7 Centro de Parto Normal extra-hospitalar comparado com maternidade baseada em hospital ......................................................................................................................................................... 76 7.2.8 Centro de parto normal intra ou peri-hospitalar comparado com maternidade baseada em hospital............................................................................................................................................. 86 7.2.9 Conclusões em relação aos riscos e benefícios sobre o local do parto .................................. 94 7.2.11 Nota explicativa e interpretação da evidência desta diretriz adaptada para o Brasil .......... 95 7.2.12 Recomendações em relação ao local do parto dessa diretriz adaptada para o Brasil ......... 97 7.2.13 Recomendações sobre necessidade de pesquisa ................................................................. 99 7.3 Critérios para nortear a seleção do local de parto ...................................................................... 100 7.3.1 Questão de revisão ............................................................................................................... 100 7.3.2 Evidências científicas ............................................................................................................ 100 7.3.3. Recomendações em relação aos critérios para a seleção do local do parto ....................... 101 8 Profissional que assiste ao parto ........................................................................................................ 105 8.1 Introdução .................................................................................................................................... 105 8.2 Questões de revisão ..................................................................................................................... 105 8.3 Evidências Científicas ................................................................................................................... 105 8.3.1 Resumo da evidência e conclusões ....................................................................................... 107 8.3.2 Outras considerações ............................................................................................................ 107 8.3.3 Recomendação em relação ao profissional que assiste ao parto ......................................... 107 8 9 Cuidados gerais durante o trabalho de parto ..................................................................................... 108 9.1 Informações e comunicação ........................................................................................................ 108 9.1.1 Introdução ............................................................................................................................. 108 9.1.2 Questões de revisão .............................................................................................................. 108 9.1.3 Evidências Científicas ............................................................................................................ 108 9.1.5 Recomendações sobre Informações e comunicação ............................................................ 114 9.2 Apoio físico e emocional .............................................................................................................. 115 8.2.1 Introdução ............................................................................................................................. 115 9.2.2 Questões de revisão .............................................................................................................. 115 9.2.3 Evidências Científicas ............................................................................................................ 116 9.2.4 Resumo da evidência e conclusões ....................................................................................... 117 9.2.5 Outras considerações ............................................................................................................ 118 9.2.5 Recomendações em relação ao apoio contínuo no parto .................................................... 118 9.3 Dieta durante o trabalho de parto ............................................................................................... 118 9.3.1 Introdução ............................................................................................................................. 118 9.3.2 Questão de revisão ............................................................................................................... 119 9.3.3 Evidências científicas ............................................................................................................ 119 9.3.4 Resumo da evidência e conclusões ....................................................................................... 121 9.3.5 Recomendações em relação à dieta e intervenções para reduzir aspiração gástrica .......... 121 9.4 Medidas de assepsia para o parto vaginal ................................................................................... 122 9.4.1 Introdução ............................................................................................................................. 122 9.4.2 Questões de revisão .............................................................................................................. 122 9.4.3 Evidências científicas ............................................................................................................ 122 9.4.4 Resumo da evidência e conclusões ....................................................................................... 124 9.4.5 Recomendações sobre medidas de assepsia para o parto vaginal ....................................... 124 9.5 Avaliação do bem-estar fetal ....................................................................................................... 125 8.5.1 Introdução ............................................................................................................................. 125 9 9.5.2 Questões de revisão .............................................................................................................. 125 9.5.3 Evidências Científicas ............................................................................................................ 125 9.5.4 Resumo da evidência e conclusões ....................................................................................... 128 9.5.5 Outras considerações ............................................................................................................ 128 9.5.6 Recomendações em relação à avaliação do bem-estar Fetal ............................................... 128 10 Manejo da dor no trabalho de parto ................................................................................................ 130 10.1 Introdução .................................................................................................................................. 130 10.2 Experiência e satisfação das mulheres em relação à dor no trabalho de parto ........................ 130 10.2.1 Questões de revisão ............................................................................................................ 130 10.2.2 Evidências Científicas .......................................................................................................... 130 10.2.3 Resumo da evidência e conclusões ..................................................................................... 131 10.2.4 Recomendação em relação à experiência e satisfação das mulheres com o manejo da dor no trabalho de parto ...................................................................................................................... 131 10.3 Estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto ................... 131 10.3.1 Questões de revisão ............................................................................................................ 131 10.3.2 Evidências científicas .......................................................................................................... 132 10.3.3 Resumo da evidência e conclusões sobre estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor ................................................................................................................................... 135 10.3.3 Outras considerações em relação às estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor .................................................................................................................................................. 136 10.3.4 Recomendações em relação às estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de parto: ..................................................................................................................... 136 10.4 Analgesia inalatória .................................................................................................................... 137 10.4.1 Questões de revisão ............................................................................................................ 137 10.4.2 Evidências científicas .......................................................................................................... 137 10.4.3 Resumo da evidência sobre analgesia inalatório no trabalho de parto ............................. 137 10.4.4 Outras considerações em relação à analgesia inalatória no trabalho de parto ................. 137 10.4.5 Recomendações em relação à analgesia inalatória no trabalho de parto .......................... 137 10.5 Analgesia intramuscular e endovenosa ..................................................................................... 138 10

Description:
progresso do parto, modelo da OMS ou equivalente. 97. Transferir a mulher para uma Xenakis (1995)543. Iniciar a 1,5 mU/minuto. Aumentar 1,5
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.