“Nªifª DE Designe sociedade desde 1750 PORTY ADRIAN“ traduução COSACNAI FY © Cameron Books, 1986 © Cosac Naify,2007 Ediçãooriginal da Cameron Books PO Box 1, Moffat, Du mfriesshire DG10 QSUEscócia Coordenaçãoeditorial CRISTINA FINO TraduçãoPEDRO MAIA SOARES Revisão técnica PEDRO FIORI ARANTES PreparaçãoCARLA MELLO MOREIRA Revisão TERESA CECÍLIA RAMOS ÍndiceMARIA CLÁUDIAMATTOS Projeto gráficoFLÁVIACASTAN HEIRA ComposiçãoJUSSARA FINO Dados Internacionais de Catalogaçãona Publicação(CIP) (Câmara Brasileira do Livro,SP, Brasil) Forty,Adrian Objeto de desejo - design e sociedade desde 1750: Adrian Forty Título original: Objectsofdesire— designand societysince 1750 Tradução:Pedro Maia Soares São Paulo: Cosac Naify,2007 352 pp., 272 ils. ISBN 978-85-7503-536-8 1. Designindustrial — Aspectos sociais 2. Design industrial — História |.Título 07-0127 CDD-745.209 Índicespara catálogosistemático: 1. Design industrial: História social 745.209 COSAC NAIFY Rua General jardim, 770, 2? andar 01223-010 São Paulo SP Tel. 55 11 32181444. Fax 55 11 3257 8164 www.cosacnaify.com.br Atendimento ao professor 55 11 3823 6595 OUTROS TÍTULOS SOBRE DESIGN O DESIGN BRASILEIRO ANTES DO DESIGN — ASPECTOS DA HISTÓRIAGRÁFICA1870-1960 Rafael Cardoso (org. e introdução) O DESIGN GRAFICOBRASILEIRO: ANOS 60 Chico Homem de Melo (org.) ELEMENTOS DO ESTILO TIPOGRÁFICO Robert Bringhurst PENSAR COM TIPOS Ellen Lupton DESIGN VISUAL 50 ANOS Alexandre Wollner ALEXANDRE WOLLNER EA FORMAÇÃDOO DESIGN MODERNO NO BRASIL Entrevista a André Stolarski Prefácio à ediçãobrasileira 11 Introdução 19 Imagens de progresso 48 Os primeiros designers industriais 61 Design e mecanização 89 Diferenciaçãoem design 181 0 lar 167 Designno escritório 215 Higiene e limpeza 247 Eletricidade: o com bustível do futuro 279 A economia de trabalho no lar 801 Design e identidade corporativa 821 Design, designers e a literatura sobre design 881 Bibliograôa 841 Índice ©M©Ã© mmm um 3938330333 Em seu catálogode 1895,a firma norte-americana de venda por reembolso postal Montgomery Ward & Co. oferecia 131 tipos de canivete, agrupados em quatrocategorias: “para senhoras”, “para homens”, “para meninos” e “para homens, pesados e de caça”. Embora houvesse diferençasentre as categorias, as variaçõesdentro de cada uma delas eram relativamente pequenas. Os catálogosde outras empresas de reembolso postal, lojas de departamentos e fabricantes do século XIX revelam que essa espantosa va- riedade de escolha era normal em tudo, de canetas a máquinasde costura ou cadeiras para sala de jantar. Essa profusãocontinua até hoje, embora em menor escala, e perma- nentemente irrita os moralistas do design, que a consideram um abuso e um desperdício'deenergia, uma vez que não contribui em nada para melhorar a existência humana.IPorém, ainda que uma dúzia de designs de canivete pudesse atender às necessidades dos clientes da Montgomery Ward tão bem quanto os 131 oferecidos, dificilmente se poderia culpar a empresa pelo excesso de produçãode designs quando essa amplitude de escolhas era universal. A diversificaçãode modelos, não apenas para atender às muitas categorias diferentes de uso e usuário, mas também à grande variedade existente dentro de cada categoria, era um traço tão característico da indústria do século XIX, que não pode ser descartado como resultado de mera teimosia e irresponsabilidade. Embora os métodos artesanais ainda em uso na maioria das indústrias do século XIX se prestassem àproduçãode muitos designs diferentes, a pa- dronizaçãoteria sido fácil e não havia nada no sistema de produçãode mer- cadorias que obrigasse os fabricantes a buscar a variedade. É evidente que o faziam porque eles e seus clientes queriam ter o pºderde escolha, e havia razão nessa diversidade, pois os designs caíam em distintas categorias que correspondiam, em geral, a noçõessobre a sociedade e sobre as distinções dentro dela. As diferençasentre os designs de bens manufaturados torna— ram-se assim a encarnaçãodas idéias contemporâneasde diferençasocial. Ao contrário da maneira confusa e contraditória que essas idéias costuma- vam assumir na mente de homens e mulheres comuns, o design as repre- sentava numa forma que era ao mesmo tempo clara, tangívele irrefutável. Os designs de canivete da Montgomery Ward estavam divididos em quatro classes, conforme suas funções,a idade e o sexo do usuário. Desse modo, os canivetes para senhoras distinguiam—sedos destinados aos ho— mens, enquanto os dos meninos eram superficialmente semelhantes aos dos homens, mas quase sempre tinham apenas uma articulaçãopara as lâminas, tornando-os mais simples e baratos. Essas distinções,que pode- Canivetes para senhoras e para Ladies' Knives. WM homens. Alguns Extra bymail fur Ladies“ lin-wu. :|eenu. ulumlu tmlmm: lªmmnnd..mªunI“iI.,dIdMã"'-u“:nn:.:?u.?"?a".—'.G.e.r..“m. y mplosda variedade .vceanndividetoess pdeolbaráfivremisa 'E60l00a...OnWe “,le. ..!01w0illie Phoarndlea.nmm............. ':.lº manEsm.“hnmãmIonm'f.—orP'd"uS“mM.ª.“..|g“"ºl"'ª''u' t”""“i?nª-um norte-americana de 'reembolso postal ªlliml».eLbenluruntta-e".zr.one:Pheenhnbesltlnndlneull '(KPtyeurdloÍfalenoneeªlyMcaudnhoan"rn.!.,ª—1.00 ontgomeryWard. Os nivetes “femininos” tinguiam-se sempre cmblade. h2a3lo1-'in, wKeni“fe6de!nlaldland«helnlzoohdalndle"|:chm dos masculinos pelo .º-l rdnzen 8125 anho menore cabo mais fino,em geral itos de osso branco (em vez de chifre, 400.“ Fmour mMalems. i"(e'umbfhl“nKlªiluliln-gm—modum :omo era comum nos "Éna!u.n-«. Mwtenh "Il1u9:5&.7“Perdoa-n mnie.um modelos para IoamMenso)n.tgoDmoecraytáWloargdo m),—“%. m.: “full”s—eumnn.ll'|tfuf"Pªmenbmure:ndmomwaoaroru-80»4_,1, IM Mª,,“ &Co., nP.P-574,401'4819-5, «10E0n1e Wien..."!"tvm18Mud'ee: dfºunnºn“y.- mn handle."31-00 '“ mall—ui. mn ªma; vem » riam ser identificadas em muitos outros produtos, baseavam-se no pressu- posto de que as pessoas em cada categoria de idade, sexo, classe ou posição social se viam como diferentes das de outras categorias, e queriam que isso se refletisse nos bens que compravam e usavam. Embora a diferenciaçãode designs expressasse as divisões que os fabricantes viam na sociedade, essa visão devia corresponder de perto àdos consumidores, para que conseguis- sem vender seus produtos. Portanto, tomada em seu conjunto, toda a gama de bens manufaturados constituía uma representaçãoda sociedade. O estudo do design não somente confirma a existência de certas dis- tinçõessociais, mas também mostra o que se pensava que eram essas di- ferençasentre categorias. No século XIX, passou a dar-se grande impor- tância às distinçõesentre homens e mulheres, e entre adultos e crianças. A divisão entre classes, embora de imensa importância histórica, pode ser vista com menos clareza no design, principalmente porque a pobreza da classe trabalhadora a impedia de comprar muito, e as classes médias con- seguiam expressar suficientemente bem seu status apenas com o poder de comprar artigos não acessíveis aos trabalhadores. Foi somente quando as classes se encontraram na relaçãode patrão e criado, e os criados usaram roupas e artigos comprados por seus patrões, que ficou fácil perceber a diferenciaçãodas classes sociais no design. MASCULINO E FEMININO Ao longo da história, homens e mulheres sempre usaram roupas diferentes e, mesmo quando as mulheres começaram a usar calças,ou quando a moda “unissex” apareceu na década de 1960,a convenção,apesar da interferência temporária,nunca esteve em sério perigo de ser abandonada.2 Entre as ma- neiras possíveisde classificar as roupas, como por classe, idade ou raça do usuário,o sexo éa primeirae a mais comum nas histórias do vestuário,pois, ainda que o design das roupas usadas por homens e mulheres tenha mudado, os trajes masculinos, em qualquer tempo e em qualquer lugar, quase sempre foram instantaneamente reconhecidos como diferentes dos femininos. . C. Fliigel,em The PsychologyofClothes A psicologia das roupas, sugeriu que o motivo dessa diferençaéoferecer uma advertência contra a atraçãohomosse- xual nos encontros sociais.3 Porém,não se pode aplicar esse tipode explicação 91