ebook img

Coma PDF

234 Pages·1990·0.45 MB·portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Coma

DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.link ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." Médico de formação com prodigiosa imaginação, sempre atento na escolha de temas polêmicos, Robin é muito bem-sucedido neste suspense médico que relata as investigações de Susan, bela estudante de Medicina designada para o prestigioso Boston Memorial Hospital. Robin Cook COMA CÍRCULO DO LIVRO Robin Cook COMA CÍRCULO DO LIVRO S.A. Caixa postal 7413 São Paulo, Brasil Edição integral Título do original: “Coma” Copyright by Robert Cook Tradução de Miécio Araújo Jorge Honkins Capa de Antonio Carlos Espilotro Licença editorial para o Círculo do Livro por cortesia da Distribuidora Record de Serviços de Imprensa S.A. É proibida a venda a quem não pertença ao Círculo Composto pela Linoart Ltda. Impresso e encadernado em oficinas próprias 2 4 6 8 10 9 7 5 3 PRÓLOGO 14 DE FEVEREIRO DE 1976 Nancy Greenly estava deitada de costas na mesa de operações, fitando os refletores hemisféricos da sala de cirurgia número 8, tentando acalmar-se. Ela havia tomado várias injeções pré-operatórias, que, segundo lhe disseram, lhe dariam uma sensação de calma e felicidade. Ela não sentia nem uma coisa nem outra. Nancy estava mais nervosa e apreensiva do que antes das injeções. Pior ainda, ela se sentia total, completa e absolutamente indefesa. Em seus vinte e três anos de vida, jamais se achara tão confusa e vulnerável. Cobria-a um lençol branco. As bordas estavam puídas e havia um pequeno rasgão num dos cantos. Aquilo a aborrecia, sem que ela soubesse por quê. Por baixo do lençol, ela usava apenas uma daquelas camisolas de hospital, que se amarram por trás do pescoço e descem somente até o meio das coxas. A parte de trás era aberta. Além disso, havia apenas a toalhinha higiênica, que ela sabia já estar empapada com seu sangue. Naquele momento ela teve medo, odiou o hospital e quis gritar, sair da sala, correr pelo corredor. Mas não o fez. Ela temia mais a hemorragia que vinha se processando do que o cruel ambiente de alheamento do hospital; ambos lhe davam uma pungente certeza de sua mortalidade, e isto era algo que ela raramente gostava de encarar. Às sete horas e onze minutos da manhã do dia 14 de fevereiro de 1976 o céu, para o lado do nascente e sobre Boston, estava de um cinza argiloso, e os carros em fila, pára- choques colados uns aos outros, entravam na cidade de faróis acesos. A temperatura era de três graus e o povo nas ruas andava apressado, cada qual em seu caminho. Não se ouviam vozes, apenas o som dos motores e do vento. Dentro do Boston Memorial Hospital, as coisas eram diferentes. As intensas luzes fluorescentes iluminavam cada polegada quadrada da área da sala de operações. O alvoroço da atividade e das vozes excitadas reforçava a opinião de que a cirurgia começava às sete e trinta em ponto. Isso significava que, na verdade, os bisturis cortavam a pele às sete e trinta, e que a busca, o preparo e a higiene do paciente, bem como a indução da anestesia, tudo tinha de estar pronto antes das sete e trinta. Por isso, às sete e onze o centro cirúrgico achava-se em plena atividade, inclusive a sala número 8. Nada havia de especial na sala número 8. Era uma sala típica do Memorial. As paredes eram de ladrilhos de cor neutra; o assoalho, de vinil mosqueado. Para a sala número 8 estava programada naquele dia 14 de fevereiro de 1976 às sete e trinta uma D&C{1}, procedimento ginecológico de rotina. A paciente era Nancy Greenly; o anestesista era o Dr. Robert Billing, um anestesista residente do segundo ano; a enfermeira encarregada da higiene era Ruth Jenkins; a enfermeira da sala, Gloria D’Mateo. O cirurgião era George Major – o novo e jovem companheiro de um dos mais antigos parteiros e ginecologistas – que se encontrava na outra sala, vestindo seu avental cirúrgico, enquanto os demais se ocupavam de suas tarefas. Há onze dias que Nancy Greenly vinha perdendo sangue. De início ela ignorou o fato, achando que se tratava de um sangramento normal, embora antecipado de algumas semanas. Não ocorrera nenhum mal-estar pré-menstrual, talvez uma ligeira cólica na manhã em que apareceu o primeiro sinal. Mas depois tudo progredira sem nenhuma dor, o fluxo aumentando e diminuindo. Todas as noites ela esperava que aquilo fosse terminar, porém ao acordar encontrava o tampão encharcado. As conversas pelo telefone, primeiro com a enfermeira do Dr. Major, depois com o próprio médico, tinham acalmado seus temores por períodos cada vez mais curtos. Era uma amolação, um terrível aborrecimento e, como só acontece com essas coisas, chegara no momento mais importuno. Nancy pensava em Kim Devereau, que viera passar com ela, em Boston, as férias da primavera da Escola de Direito de Duke. Por acaso, sua companheira de quarto havia planejado passar aquela semana esquiando em Killington. Tudo parecia se ajustar para formar um lindo quadro romântico. Tudo, menos aquela hemorragia. De modo algum Nancy podia renunciar a tudo isso com alegria. Ela era uma jovem atraente, delicadamente angulosa e de aparência aristocrática. Quando se tratava de sua pessoa, chegava a ser irritante. Bastava que seu cabelo estivesse um pouquinho sujo para ela se sentir mal. Assim, aquela hemorragia contínua fazia-a sentir-se suja, repulsiva, descontrolada. Por fim aquilo começou a assustá-la. Nancy lembrava-se de que estava deitada com os pés sobre o braço do sofá, lendo o editorial do Globe enquanto Kim preparava os drinques na cozinha. Ela principiara a experimentar uma sensação estranha na vagina. Era diferente de tudo o que havia sentido até então. Era como se estivesse sendo dilatada por uma massa quente e macia. Não sentira nenhuma dor ou mal-estar. Primeiro, ficou confusa quanto à origem daquela sensação, mas depois percebeu algo quente que causava cócegas e escorria por entre a parte interna das coxas para as nádegas. Não se deixando dominar pela angústia, percebeu que estava sangrando, e muito. Casualmente, sem mexer o corpo, virou a cabeça para a cozinha e falou: – Kim, quer fazer-me o favor de chamar uma ambulância? – Que é que há? – perguntou Kim correndo até ela. – Estou perdendo muito sangue – respondeu Nancy com toda a calma – mas não há motivo para alarma. Acho que são regras extemporâneas. Só que preciso ir já para o hospital. Por isso, faça-me o favor de chamar a ambulância. O transporte na ambulância decorreu calmo, sem sirenas nem dramas. Ela teve de aguardar mais tempo do que julgou necessário na sala de espera do setor de emergência. O Dr. Major tinha aparecido e, pela primeira vez, despertado um sentimento de alegria em Nancy. Ela sempre detestava os exames ginecológicos de rotina a que tinha se submetido e havia associado o rosto, o porte e o cheiro do Dr. Major a eles. Mas quando ele surgiu na sala de emergência, sentiu-se feliz ao vê-lo, a ponto de reprimir as lágrimas. O exame ginecológico na sala de emergência fora, sem dúvida, o pior a que já se submetera. Uma rala cortina, que a toda hora era empurrada para dentro e para fora e que era a única barreira que se interpunha entre ela e a multidão na sala de emergência, feria o amor-próprio de Nancy. De cinco em cinco minutos tomavam-lhe a pressão arterial; foi feita uma coleta de sangue; teve de trocar suas roupas pela camisola do hospital; e de cada vez que se fazia alguma coisa, a cortina se abria, deixando que Nancy visse um bando de rostos e vestes brancas, crianças com cortes e gente velha cansada. E havia ainda, ali, a comadre, bem à vista de todo mundo; e dentro dela um grande coágulo de sangue escuro, dissolvendo-se. Enquanto isso, o Dr. Major estava entre suas pernas, tocando-a e falando com a enfermeira sobre um outro caso. Nancy apertava os olhos o mais que podia e chorava em silêncio. Agora, ao fitar a grande lâmpada no teto da sala de operações, o único pensamento que lhe trazia um pouquinho de felicidade era o fato de que aquele maldito pesadelo estaria terminado dentro de uma hora e sua vida retornaria à normalidade. A atividade que se desenvolvia na sala de operações era-lhe tão estranha que ela evitava olhar para todos e para tudo, exceto para a luz lá em cima. – Está bem? Nancy olhou à direita. Penetrantes olhos castanhos a fitavam por entre as fibras sintéticas do gorro cirúrgico. Gloria D’Mateo estava dobrando o lençol em torno do braço direito de Nancy, firmando-o ao lado e imobilizando-a ainda mais. – Sim – respondeu Nancy meio alheia. Na verdade, sentia-se mal como o diabo. A mesa de operação era tão dura quanto sua barata mesa de fórmica da cozinha. Mas o Fenergan e o Demerol que lhe tinham aplicado estavam começando a exercer o seu efeito em algum lugar no fundo de seu cérebro. Nancy sentia-se muito mais desperta do que desejaria; porém ao mesmo tempo experimentava um alheamento e uma dissociação de tudo o que a cercava. A atropina que lhe tinha sido injetada também estava agindo, tornando sua boca e garganta secas e a língua pastosa. O Dr. Robert Billing achava-se absorvido com o seu aparelho. Era um emaranhado de aço inoxidável, manômetros e alguns cilindros coloridos de gás comprimido. Em cima do aparelho estava um cilindro marrom de halotano. No rótulo achava-se escrito: “2-bromo-2- cloro-1, 1, 1-trifluoretano (C2IIBrC1F3)”. Um agente anestésico quase perfeito. “Quase”, porque às vezes parecia destruir o fígado do paciente. Mas isso raramente acontecia e as outras características do halotano compensavam de muito seus danos potenciais ao fígado. O Dr. Billing era louco pela substância. Em algum lugar de sua imaginação ele se via inventando o halotano, apresentando-o à comunidade médica no principal artigo do New England Journal of Medicine, e então caminhando para receber o prêmio Nobel, envergando o mesmo smoking que usara quando se casou. O Dr. Billing era um anestesista residente muitíssimo bom e o sabia. Na verdade, ele achava que todo mundo o sabia. Estava convicto de que sabia tanto sobre anestesiologia quanto a maioria dos assistentes, mais até do que alguns deles. E era cuidadoso, muito cuidadoso. Como residente não tivera complicações sérias e isso era, com efeito, raro. Como um piloto de um 747, ele havia feito uma lista de checagem para si mesmo e adotara a política de verificar cada item do processo de indução. Isto representava ter feito uma xerox de milhares de listas de verificação e trazer uma copia juntamente com o resto do equipamento no início de cada operação. Por volta das sete horas e quinze minutos, o anestesista estava cumprindo o programa no item número 12, o que significava adaptar ao aparelho um conduto de borracha semelhante aos usados pelos mergulhadores. Uma das extremidades penetrava na bolsa de ventilação, cuja capacidade de quatro a cinco litros lhe dava a oportunidade de inflar com violência os pulmões do paciente a qualquer momento do processo. A outra extremidade ia ter a um depósito com cal de soda no qual o gás carbônico expirado pelo paciente seria absorvido. O item número 13 de sua lista consistia em verificar se as válvulas unidirecionais dos tubos de respiração estavam alinhadas na direção certa. O número 14, em ligar o aparelho de anestesia aos terminais fornecedores de ar comprimido, óxido nitroso e oxigênio na parede da SO{2}. Pendentes ao lado do aparelho havia cilindros de emergência de oxigênio e o Dr. Billing mediu a pressão em ambos. Estavam cheios. O Dr. Billing achou ótimo. – Vou colocar alguns eletrodos sobre o seu peito para podermos controlar seu coração – disse Gloria D’Mateo, puxando o lençol para baixo e a camisola do hospital para cima, expondo o diafragma de Nancy ao ar estéril. A camisola mal lhe cobria os mamilos dos seios. – Isto é um pouquinho frio, mas passa num segundo – acrescentou Gloria D’Mateo enquanto espremia um pouco de geléia incolor sobre três pontos na região inferior do peito exposto de Nancy. Nancy quis dizer alguma coisa, mas estava incapaz de coordenar com bastante rapidez as sensações ambivalentes que a dominavam. Sentia-se grata porque aquilo ia ajudá-la, ou assim lhe haviam dito; estava furiosa por se ver exposta, literal e figuradamente. – Você agora vai se sentir um pouco rija – disse o Dr. Billing, dando uns tapinhas nas costas da mão esquerda de Nancy para fazer as veias saltarem. Ele havia passado um garrote de borracha bem apertado em torno do pulso de Nancy, e ela podia sentir os batimentos cardíacos nas pontas dos dedos. Tudo estava acontecendo rápido demais para que Nancy compreendesse. – Bom dia, Srta. Greenly! – exclamou todo animado o Dr. Major, entrando pela porta da SO. – Espero que tenha dormido bem. Em poucos minutos tudo isto estará terminado e você poderá voltar para sua cama, para um sono reparador. Antes que Nancy pudesse responder, os nervos dos tecidos das costas de sua mão despertaram com mensagens urgentes para os centros da dor. Depois do impulso inicial, a intensidade da dor foi crescendo e então desapareceu. O aperto do garrote também desapareceu e o sangue surgiu na mão de Nancy. Ela sentiu lágrimas que brotavam dentro de sua cabeça. – IV{3}– falou o Dr. Billing para alguém, enquanto fazia um sinal próximo ao item número 16 de sua lista. – Daqui a pouco você estará dormindo, Nancy – continuou o Dr. Major. – Não é, Dr. Billing? Nancy, você hoje é uma garota de sorte. O Dr. Billing é o número 1. O Dr. Major chamava todas as suas pacientes de garotas, fosse qual fosse a idade delas. Era um daqueles maneirismos de seu companheiro mais velho que ele adotara sem perceber. – Isso mesmo – retrucou o Dr. Billing, adaptando uma máscara facial de borracha ao conduto da anestesia. – Tubo número 8, Gloria, por favor. E o senhor, Dr. Major, pode lavar-e; estaremos prontos às sete e meia em ponto. – Muito bem! – exclamou o Dr. Major, dirigindo-se para a porta. Estacando, voltou-e para Ruth Jenkins, que estava dispondo os instrumentos na mesinha de Mayo. – Quero meus próprios dilatadores e curetas, Ruth. Da última vez você me deu aquele lixo medieval que pertence a casa. – E saiu antes que a enfermeira pudesse responder. Algures, atrás dela, Nancy ouvia o som breve de um bip como o de um sonar, no monitor cardíaco. Era o seu próprio ritmo cardíaco ressoando na sala. – Muito bem, Nancy – disse Gloria – chegue-se um pouco mais para a extremidade da mesa e coloque suas pernas aqui em cima dos estribos. Ato contínuo, segurou as pernas de Nancy por baixo e em torno dos joelhos e elevou-as até os estribos de aço inoxidável. O lençol escorregou por entre as pernas de Nancy, expondo- as do meio das coxas para baixo. A parte inferior da mesa foi baixada, e o lençol caiu ao chão. Nancy fechou os olhos e procurou não se imaginar com as pernas amarradas e distendidas. Gloria apanhou o lençol e jogou-o displicentemente sobre o abdômen de Nancy, de modo que ele se aninhasse entre as pernas, cobrindo seu períneo recentemente raspado e cheio de sangue. Nancy queria ficar calma, porém cada vez estava mais nervosa. Queria ser agradável, mas a maré estava subindo mais e mais na direção de uma emoção e raiva incontroláveis. – Não sei se quero me submeter a isso – disse Nancy, olhando para o Dr. Billing. – Tudo está ótimo – disse o Dr. Billing com um tom de voz artificialmente pesaroso, enquanto verificava o número 18 de sua lista. – Num instante você estará dormindo – acrescentou, ao mesmo tempo em que segurava e batia de leve numa seringa, a fim de que as bolhas subissem e escapassem para o ar da sala. – Vou aplicar-lhe já um pouco de Pentotal. Não está sentindo vontade de dormir? – Não – respondeu Nancy. – Devia ter-me dito. – Eu não sei o que devo sentir – retrucou Nancy. – Agora está tudo bem – continuou o Dr. Billing, puxando o aparelho de anestesia para perto da cabeça de Nancy. Com uma habilidade bem ensaiada, ele adaptou a seringa de Pentotal à válvula tríplice no conduto IV. – Agora, quero que você conte até cinqüenta, Nancy. Esperava que Nancy não passasse de quinze. Com efeito, o Dr. Billing sentia uma certa satisfação ao ver o paciente adormecer. Aquilo representava uma continuada prova da validade do método científico. Além disso, fazia-o sentir-se poderoso; era como se ele tivesse o comando do cérebro do paciente. No entanto, Nancy era uma criatura de espírito forte e, embora desejasse dormir, seu cérebro lutava involuntariamente contra a droga. Ela ainda contava audivelmente quando o Dr. Billing lhe deu uma dose adicional de Pentotal. Ela dizia “vinte e sete” antes que os dois gramas da droga conseguissem provocar o sono. Nancy Greenly adormeceu às sete horas e vinte e quatro minutos do dia 14 de fevereiro de 1976, pela última vez. O Dr. Billing nem suspeitava que aquela sadia jovem ia ser a sua primeira grande complicação. Confiava em que tudo estivesse sob controle. A lista estava quase completa. Ele fez Nancy respirar uma mistura de halotano, óxido nitroso e oxigênio através de uma máscara. Depois injetou 2 cc de uma solução a dois por cento de cloreto de sucinilcolina no conduto IV que ia ter à Nancy, a fim de obter uma paralisia total dos músculos. Isto facilitaria a introdução do tubo traqueal na traquéia. E permitiria também que o Dr. Major realizasse um toque bi-manual, para verificar o estado patológico do ovário. O efeito da sucinilcolina se revelou quase que imediatamente. Primeiro foi a diminuta fibrilação dos músculos da face; depois, do abdômen. À proporção que a corrente sanguínea espalhava a droga pelo corpo, as terminações motoras dos músculos se despolarizavam, instalando-se uma paralisia total dos músculos. Os músculos lisos, como o do coração, não eram afetados, e o bip do monitor continuava sem uma vacilação. A língua de Nancy ficou paralisada e enrolou-se para trás, bloqueando a entrada do ar. Mas isto não importava. Os músculos do tórax e do abdômen também estavam paralisados e cessara qualquer tentativa para respirar. Embora quimicamente diferente do curare dos índios do Amazonas, a droga tinha o mesmo efeito, e Nancy teria morrido em cinco minutos. Mas neste ponto nada estava errado. O Dr. Billing tinha o controle total. Aquele efeito era esperado

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.