Locke defende nesta carta que as ações dos cidadãos, principalmente as religiosas, devem ser defendidas pelo Estado, desde que essas ações não contrariem a sua função principal: defender a vida, a liberdade e a propriedade. A reivindicação por tolerância tem como pressuposto a separação entre Estado e Igreja, ideia revolucionária para o cenário político de então.
Carta sobre a tolerância foi redigida em latim durante o exílio político de Locke na Holanda sob o título de Epistola de tolerantia, e no mesmo ano traduzida para o inglês por William Popple (A Letter Concerning Toleration, 1689). A tradução que ora apresentamos ao leitor segue essa versão inglesa da Carta, pois foi a ela que Locke se referiu posteriormente, constando também na maioria das edições de suas obras.