1 38º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS GT32 - RELAÇÕES RACIAIS: DESIGUALDADES, IDENTIDADES E POLÍTICAS PÚBLICAS Cabelos em transição: um estudo acerca da influência dos cabelos afro como sinal diacrítico e reconhecimento étnico Natana Alvina Botezini 2 Cabelos em transição: um estudo acerca da influência dos cabelos afro como sinal diacrítico e reconhecimento étnico Cheveux en transition: une étude de l'influence des cheveux afro comme la reconnaissance diacritique et éthnique Natana Alvina Botezini1 Resumo: Esta análise objetiva problematizar a questão da transição dos cabelos negros que passaram por um processo de relaxamento ou alisamento químicos, ao seu estado natural. Este ponto de partida será tomado como impulsionador dos seguintes problemas. Qual a relação que as mulheres negras que estão passando pela fase da transição capilar estabelecem com a declaração e auto-reconhecimento de uma identidade étnica? E de que forma este possível reconhecimento e afirmação da etnicidade pode servir enquanto um fator de empoderamento através da visibilidade? Estas questões serão analisadas através da observação virtual de alguns blogs que abarcam a temática proposta, a saber, Blogueiras Negras, Meninas Black Power, Encrespando e Aumente o Volume; e de parte da literatura antropológica existente sobre cabelos negros. Além disso, essa pesquisa busca explorar o universo da violência estrutural e do sofrimento social que estão intrincados na dimensão da idealização estética. Palavras-chave:Transição capilar, cabelos negros, auto-reconhecimento, grupo étnico. Résumé: Cet article vise à analyser la question de la transition de cheveux noirs qui sont passés par un processus de détente ou défrisage chimique, l'état naturel. Ce point de départ est pris en tant que booster des problèmes suivants. Quelle est la relation que les femmes noires qui passent par la phase de transition capillaire établissent avec la déclaration et de l'auto-reconnaissance de l'identité ethnique?, et comment cette possible reconnaissance et affirmation de l´éthnicité peut servir comme étant un facteur de responsabilisation grâce à la visibilité ? Ces questions seront analysées à travers l'observation virtuelle de certains blogs qui couvrent le theme, à sovoir, Blogueiras Negras, Meninas Black Power, Encrespando e Aumente o Volume; et une partie de la littérature anthropologique existante sur cheveux noirs proposé. En outre, cette recherche vise à explorer l'univers de la violence structurelle et la souffrance sociale qui sont complexes dans la dimension de l'idéalisation esthétique. Mots-clés: Transition capillaire, cheveux noirs, auto-reconnaissance, groupe ethnique. 1Pós-graduanda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]. 3 Introdução Este trabalho busca refletir acerca da dimensão identitária étnica que está intrincada no processo de transição capilar dos cabelos negros. De maneira geral, os sujeitos privilegiados para análise são do sexo feminino, se reconhecem e são reconhecidos socialmente como negros e já passaram por processos de alisamentos e relaxamentos químicos nos cabelos. A partir dos anos 1970, os cabelos negros, também categorizados como étnicos, passaram a constituir um sinal diacrítico de grande importância para movimentos sociais de luta ao reconhecimento e respeito do povo negro2 nos Estados Unidos, o que se disseminou a vários países, inclusive no Brasil. A partir daí, houve um crescimento considerável de pessoas assumindo seu cabelo étnico natural como constituinte de uma identidade coletiva. No entanto, o discurso acerca da praticidade que os cuidados dos cabelos lisos podem ter quando comparados aos dos cabelos negros e a necessidade imposta por grupos sociais hegemônicos de possuir cabelos sedosos e com pouco volume, continuaram levando um grande número de pessoas a buscarem tratamentos que além de modificarem a estrutura capilar, poderiam de certa forma, possibilitar a entrada em outros espaços sociais. No intuito de analisar a violência estrutural e o sofrimento social que estão presentes em situações como a de adequação e modificação corporais, buscarei assim como Paul Farmer (1997) observar experiências individuais que possam expressar a dimensão social da problemática. Neste sentido, pretendo desenvolver uma análise que fomente a influência da violência estrutural em expressões de sofrimento social como humilhação, vergonha, dentre outras, como apresentado nos blogs selecionados para observação. Quanto ao material a ser observado, me proponho a mapear alguns dos blogs mais procurados no site de buscas Google quando os temas de pesquisa se relacionam à transição capilar e identidade étnica. Após uma inspeção 2Longe de intuir algum essencialismo, reproduzo este termo com a finalidade de ser fiel às categorias expressas pelo grupo analisado. Porém compreendo a existência de diversas etnias entre os grupos provindos do continente africano. 4 prévia, alguns dos blogs com maiores números de acesso são Blogueiras Negras3, Meninas Black Power4, Encrespando5 e Aumente o Volume6. Todos eles possuem, em certa medida, uma relação ao Movimento Negro. A discussão organizar-se-á de forma a abarcar as temáticas relativas à defesa do uso do cabelo natural como um símbolo étnico que opera junto à cor da pele como sinais de reconhecimento, luta e resistência expressando a agência (DAS, 2007) que as mulheres em questão desenvolvem no cotidiano. Na sequência, serão traçadas observações referentes à dimensão da corporeidade e aos conceitos de grupo étnico e identidade étnica com base na literatura antropológica. Por fim, serão tomadas as dimensões de violência estrutural e sofrimento social presentes tanto nos relatos apresentados nos blogs como em pesquisas anteriormente realizadas na área da antropologia referentes à temática do cabelo negro e identidade étnica. Transição capilar, agência e identidade étnica Inicialmente, observo que a discussão que cerca os sujeitos desta pesquisa assim como o lugar que ocupam na estrutura social, deve ser contextualizada. São sujeitos possuidores de identidades transitórias e contingentes, configuradas como plurais e históricas. E é sob esta perspectiva que os dados serão analisados. 3BLOGUEIRAS NEGRAS. A invisibilidade da estética negra: a dor do racismo sobre nossos cabelos. Disponível em: http://blogueirasnegras.org/2013/09/24/a-dor-do-racismo-sobre-nossos- cabelos/. Acesso em 31 de janeiro de 2014. 4MENINAS BLACK POWER. Identidade crespa. 2013. Disponível em: http://meninasblackpower.blogspot.com.br/2013/09/identidade-crespa.html. Acesso em 31 de janeiro de 2014. 5ENCRESPANDO. Da química ao natural: o processo de transição capilar. 2013. Disponível em:http://lorenamorais.wordpress.com/. Acesso em 31 de janeiro de 2014. 6 AUMENTE O VOLUME. Blah blah com Noemia Collona- cabelo tipo 4ª/ transição longa. Disponível em:http://aumentevolume.blogspot.com.br/2013/05/blah-blah-com-noemia-colonna- cabelo.html. Acesso em 31 de janeiro de 2014. 5 As blogueiras que expõem suas ideias nos blogs acerca do processo de modificação química de seus cabelos são sujeitos sociais que carregam consigo a marca da história. Uma história que configuram como de discriminação e vergonha pela corporalidade desde muito antes das evocações das teorias do evolucionismo cultural. No século XIX “o racismo aparece na sua forma acabada, como um instrumento do imperialismo e como uma justificativa ‘natural’ para a supremacia dos povos da Europa Ocidental sobre o resto do mundo” (DAMATTA,2000:70). Teorias científicas deram suporte às políticas de limpeza racial ou eugenia. Os traços físicos assumem um viés de grande importância neste sentido. Questões como as que Nogueira (2006) observa em sua pesquisa acerca do preconceito étnico entre negros do Brasil e dos Estados Unidos, demonstram que aqui, o fator da marca, ou seja, das características físicas assumem um papel de destaque. “A própria expressão ‘preconceito de marca’ não constitui senão uma reformulação da expressão ‘preconceito de cor’” (Ibid.:292).Já nos Estados Unidos o preconceito étnico volta-se muito mais à origem, o que quer dizer que o âmbito da descendência biológica a um grupo periférico condena o indivíduo à categoria de discriminação. O corpo muito mais que uma expressão da constituição molecular dos seres, é a expressão viva da cultura e da história que define seu papel e formato no mundo. “Nessa direção, Nancy Scheper-Hughes e Margaret Lock (1987) definem e consideram a relação entre três corpos: o corpo individual, o corpo social e o corpo político. O primeiro é entendido como a experiência do self, o segundo refere-se à representação do corpo como símbolo natural, e o terceiro refere-se à regulação e controle do corpo” (FIGUEIREDO, 2002:5). Justamente quanto ao controle do corpo, é possível perceber de maneira direta a influência da cultura na sua constituição. É através do corpo que determinadas características podem ser afirmadas ou negadas. É partindo deste pressuposto que me centrarei na análise da manipulação do cabelo negro. “ O cabelo não é um elemento neutro no conjunto corporal. Ele é maleável, visível, possível de alterações e foi transformado pela cultura, em uma marca de pertencimento étnico/racial. No caso dos negros, o cabelo 6 crespo é visto como um sinal diacrítico que imprime a marca da negritude nos corpos” (GOMES, 2001:7). Para Bárbara D. Miller (1998), o cabelo também pode ser analisado sob três perspectivas: quanto à dimensão pessoal; ao significado social; e à dimensão política. Politicamente, o cabelo tem adquirido um papel que denota resistência, afirmação e auto-reconhecimento étnico no interior de movimentos sociais. Os anos 60, 70, e 80 representam para os negros um marco importante, pois a partir daí é que se vem lutando através de movimentos e atitudes de maior amplitude. Um dos fatores que marcaram este boom foram as lutas dos países africanos pela descolonização da África (COUTINHO, s.d.). A repercussão causada por essas iniciativas deu-se na forma de organização de movimentos como o Movimento Black Power nas décadas de 60 e 70, afirmando a beleza do cabelo crespo natural e volumoso; bem como do Movimento Black is Beautiful com o intuito de enaltecer a beleza do corpo negro em sua totalidade; e o Rastafarianismo predominantemente nos anos 70 liderado pela figura do músico Bob Marley. No Brasil, alguns movimentos que marcaram as reivindicações a favor da democracia racial foram Frente Negra Brasileira criado em 1931; Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial em 1978; e Movimento Negro Unificado em 1979. O padrão estético europeu não reconheceu como o belas as características físicas do negro. A cor da pele, o formato do nariz bem como a textura do cabelo crespo, foram taxados como despossuídos de beleza. “‘Cabelo de bombril, esponja, piaçava, pucumã, cabelo ruim’ ". As mulheres de cabelos crespos crescem ouvindo expressões como essas, repetidas vezes, na maioria dos ambientes que frequentam, sejam eles públicos ou privados (COUTINHO, 2010:68). O cabelo crespo foi visto durante muito tempo como característico de pessoas desleixadas. É comum as primeiras experiências discriminatórias e pejorativas acontecerem no ambiente escolar (GOMES, 2011). É na infância que os sujeitos começam a perceber que são diferentes uns dos outros. 7 O sentimento de necessidade de modificação deste corpo que materializa as diferenças é algo recorrente nas falas das blogueiras. Por exemplo, “muitas vezes a questão da negação do cabelo crespo está profundamente relacionada com a vergonha de se apresentar diante de uma sociedade que marginaliza o cabelo do negro” (MENINAS BLACK POWER a, 2013) denota justamente essa questão. Influenciada pela organização estrutural da sociedade da qual fazem parte, as famílias atuam na maioria das vezes (GOMES, 2011) como motivadoras dos processos de modificação do cabelo das filhas. A violência simbólica (BOURDIEU WACQUANT, 2010) e estrutural (FARMER, 1997) age no inconsciente da aceitação da violência, e atua como justificativa para os processos químicos. Neste contexto, um cabelo duro, com volume e com dificuldades de pentear, é identificado como um cabelo feio que deve indubitavelmente, ser quimicamente tratado. Mudar o cabelo pode significar sair do local de inferioridade que é destinado ao negro e desenvolver um sentimento de autonomia nas formas de usar o cabelo (GOMES, ibid.). Há também pesquisas que indicam o alisamento capilar apenas como um facilitador para o cuidado diário e para uma diversificação do penteado. Mas no caso dos blogs analisados, a perspectiva predominante é a fuga da identidade étnica. Há os que dizem que o a identidade vai muito além da aparência do cabelo, afirmando que mesmo com o cabelo alisado o negro não deixa de possuir a ancestralidade negra. “ ‘Olhe, o referencial da mulher negra não tá só no cabelo, está dentro de você, nos seus direitos, nas suas vestes, no seu andar, no falar, no seu comportar’ ” (COUTINHO, 2010:77). O cabelo possui, em grande parte das etnias africanas, a função social de demonstrar através do corpo, o papel que determinado indivíduo desempenha no grupo. Por esse motivo o cabelo constitui um sinal diacrítico que se relaciona diretamente à identidade étnica. O cabelo negro remete a uma ancestralidade africana, denotando a precedência étnica do indivíduo. Desta forma, penteados como tranças, assessórios como turbantes e o cabelo no estilo black power, registram uma resgate da memória, da cultura e da religião ancestral. 8 O uso consciente do cabelo e do corpo como reivindicadores de uma política de aceitação e reconhecimento, fortaleceu a identidade negra (FAGUNDES, s.d.) e acendeu ainda mais a luta pela valorização estética deste grupo. Nos quatro blogs analisados7, a questão do uso do cabelo crespo como um estilo é desconstruída. Ao contrário de um estilo, seu uso é sinônimo de força e resistência a um sistema compreendido como racista e opressor. Após as conquistas dos movimentos contra a discriminação do negro, foi verificada uma ampliação do mercado de produtos estéticos destinados a este grupo. O que também se justifica pelo aumento de seu poderio econômico. A partir desta comercialização de produtos estéticos valorizando a beleza negra, houve uma série de discussões abarcando a intencionalidade que a economia capitalista assumiria através de uma estilização e banalização da causa política que a corporalidade negra havia assumido. Em relação a esta questão, Blogueiras Negras se manifesta da seguinte forma: creio que a questão de resgatar e difundir a estética negra não seja meramente um ‘golpe’ comercial, há de fato uma luta política por trás disso, existem milhares de auto-estimas sendo construídas ou reerguidas, principalmente a das mulheres negras, já que estas são as que mais sofrem com os pré-requisitos de uma “boa aparência” impostos de forma cruel por nossas sociedade, já que esses requisitos geralmente dizem respeito a jovialidade, brancura e cabelos lisos (BLOGUEIRAS NEGRAS, s.d.). A importância que o cabelo assume neste contexto é tamanha, que acaba diretamente intrincado com a identidade étnica coletiva e individual. Étnica, no sentido de pertencer ao conjunto de sinais diacríticos comuns ao grupo, e individual por expressar a esfera da natureza, do “verdadeiro eu” do indivíduo. Desta forma, a transição capilar resume-se, de acordo com os dados, a uma redescoberta do self e da identidade étnica. O cabelo natural - que contempla duas significações para Figueiredo (2002):cabelo que não possua 7Blogueiras Negras, Meninas Black Power, Encrespando e Aumente o Volume. 9 produtos químicos que modificam a estrutura dos fios; ou aquele cabelo que não pareça conter químicos; - remete ao orgulho da ancestralidade. Depois que assumi meus cabelos afro, muitos me disseram que fiquei mais "preta". Ou seja, maquiava minha negritude com um cabelo alisado que não me pertencia, e com isso me "embranquecia" aos olhos dos outros e de mim mesma. Quem era eu? Uma cópia mal feita de um padrão "branco" ditado pela mídia e pela sociedade. Quem sou eu hoje? Uma mulher negra em todos os sentidos, já que o meu cabelo diz isso mais claramente (AUMENTE O VOLUME s.d.). Compreender que o seu crespo está intimamente ligado à sua identidade negra faz com que você consiga ter segurança e convicção. Assim, quando a tendência acabar, você continuará firme no seu posicionamento em relação ao uso do cabelo crespo (MENINAS BLACK POWER, 2013). É notável que hoje vemos mais e mais mulheres e também homens assumindo seus crespos, mas sabemos que esse caminho ainda não é fácil de se trilhar. Não é somente a transição de um cabelo, mas do pensamento, do corpo e da alma. É a aceitação da sua essência, do seu "eu" real. É difícil explicar e também entender que não é uma questão de estilo. O que muitos vêem apenas como estilo, em nós já provocou choro, e do choro a força, e na força, firmeza para aceitação. E quando entendemos o real significado de tudo isso, o orgulho (Ibid., 2013). Encrespar para se aceitar, para diferenciar e ousar. Encrespar para resistir, vencer e lutar. Encrespar para arrasar. Nosso crespo é lindo, ENCRESPE-SE também! (ENCRESPANDO, 2013). Estas falas revelam o poder político que os sujeitos em voga possuem em seu cotidiano, ou seja, sua capacidade de agência (DAS, 2007). O cabelo é percebido por essas mulheres como um veículo capaz de transmitir mensagens políticas. Mensagens de diversidade, aceitação e beleza. Percebem a importância dos nossos cabelos? Por isso ressignificaram negativamente essas noções culturais e continuam nos humilhando, fazendo com que nossos homens pretos raspem a cabeça em sinal de higiene e respeitabilidade, que nossas mulheres pretas alisem a 'vergonha' do volume. Nos humilham 10 diariamente. Vamos engrossar uma campanha em favor da valorização do uso dos nossos cabelos crespos não só pelo ponto de vista estético, mas pelo político-ideológico. Essa valorização da nossa ancestralidade real e majestosa é a cara das Meninas Black Power que, para além da estética, lutam pela emancipação política do povo preto. Tornemos esse movimento legítimo através de nossa adesão. Estejamos juntas, nós por nós!" Compreender que o seu crespo está intimamente ligado à sua identidade negra faz com que você consiga ter segurança e convicção. (IDENTIDADE NEGRA, 2013) Tais expressões são constituintes das economias e políticas do sofrimento como formas de estar, permanentemente políticas. Não estamos neutros no mundo. É isso que as blogueiras enfatizam em suas falas. A agência que essas mulheres desenvolvem em seu cotidiano aceitando um fator de sua corporalidade – o cabelo natural- e lutando contra as categorias do padrão estético predominante, constitui uma forma de micro poder que se traduznum fator de visibilidade e principalmente, de auto-reconhecimento. E é justamente através deste auto-reconhecimento que elas enquanto grupo, são reconhecidas política e socialmente. O paradigma da corporeidade (embodiment) Thomas Csordas (2008) assume um relevante papel na antropologia contemporânea demarcando discussões pertinentes à expressão de traços culturais nos corpos. Com tradição na antropologia psicológica, sua abordagem circunda a fenomenologia e a sistematização do paradigma da corporeidade (embodiment), tendo assim o intuito de complementar a antropologia simbólica e interpretativa a fim de estabelecer uma discussão diferencial que aborde a constituição do ser social em meio a outros corpos e objetos. Corpo para Csordas, refere-se ao corpo fenomênico, ou seja, “o corpo como lócus da cultura, meio de sua experimentação do ‘fazer-se humano’ em
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