Maria Adelina Rodrigues de Farias ANTROPOLOGIA LINGUÍSTICA & ETNOGRAFIA TOPONÍMICA: Vivências e Narrativas em Linguagens Socioculturais de Murinin-Benevides-Pará Tese de Doutorado Belém, Pará 2016 Maria Adelina Rodrigues de Farias ANTROPOLOGIA LINGUÍSTICA & ETNOGRAFIA TOPONÍMICA: Vivências e Narrativas em Linguagens Socioculturais de Murinin-Benevides-Pará Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia (PPGA) como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Antropologia Social, com ênfase em Antropologia Linguística, pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Orientador: Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco Belém, Pará 2016 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca de Pós-Graduação do IFCH/UFPA Farias, Maria Adelina Rodrigues de Antropologia linguística e etnografia toponímica: vivências e narrativas em linguagens socioculturais de Murinin-Benevides-Pará. / Maria Adelina Rodrigues de Farias. - 2016. Orientador: Agenor Sarraf Pacheco Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Belém, 2016. 1. Antropologia Linguística - Benevides (PA). 2. Etnografia - Benevides (PA). 3. Toponímia - Benevides (PA). 4. Nomes geográficos - Benevides (PA). 5. Linguagem e línguas - Benevides (PA). CDD 22.ed. 306.44098115 Maria Adelina Rodrigues de Farias ANTROPOLOGIA LINGUÍSTICA & ETNOGRAFIA TOPONÍMICA: Vivências e Narrativas em Linguagens Socioculturais de Murinin-Benevides-Pará Tese de Doutorado Banca Examinadora _________________________________________________________________ Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco (Presidente – Orientador – PPGA – UFPA) _________________________________________________________________ Profa. Dra. Ivânia dos Santos Neves (Examinadora Externa – ILC – UFPA) _________________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Goretti da Costa Tavares (Examinadora Externa – PPGEO – UFPA) _________________________________________________________________ Prof. Dr. Fabiano Gontijo (Examinador Interno – PPGA – UFPA) _________________________________________________________________ Profa. Dra. Rosa Acevedo-Marin (Examinadora Interna – PPGA – UFPA) ___________________________________________________________________ Prof. Dr. Jerônimo da Silva e Silva (Examinador Suplente Externo – PDTSA – UNIFESSPA) ___________________________________________________________________ Prof. Dr. Flávio Bezerra Barros (Examinador Suplente Interno – PPGA – UFPA) Dedico este texto aos meus pais (Adrônico e Rosila), que, mesmo não presentes em corpo, sempre me inspiraram a continuar na luta. Consagro a eles cada episódio ativado em minha memória, a partir das falas dos interlocutores e da revisitação aos lugares onde passei minha infância, ao proceder a esta pesquisa. A saudade me suprime um pouco a cada lembrança, mas as lições deixadas ressuscitam o que de melhor existiu em nossa relação, sempre efetivada em um espaço físico e de memória, que constitui a terceira pessoa dessa interação, o espaço personificado em minhas reminiscências como coautor de um romance realista, mas ao mesmo tempo cheio de simbolismos: o de minha vida, imbricada nas experiências de indivíduos que ajudaram a tecer a história de Murinin. Agradeço primeiramente a meus filhos (Augusto Cezar e Paula Bianca) e a meus irmãos (Maria de Fátima, Maria das Graças, Maria do Carmo, Maria Santana, José Maria, Maria Aparecida, Mário do Socorro, Maria Rosália e Maria Andrea), bem como meus sobrinhos, por compreenderem as ausências dos últimos tempos. Agradeço a meus pais pela formação que me deram e pelo caráter que ajudaram a engendrar em mim e em meus irmãos. Agradeço a Deus, a quem sempre me reporto nos momentos mais difíceis, e a quem sou grata nas pequenas ou grandes vitórias por mim alcançadas. Ao meu orientador, Prof. Dr. Agenor Sarraf Pacheco, pelo amparo quando me encontrava angustiada e sem rumo, mesmo não sendo meu orientador ainda, evidenciando o caráter acadêmico, mas fundamentalmente humano deste ser, estimulando-me a observar os interlocutores a partir de suas vivências, de suas verdades, erigidas em seu próprio local de enunciação, ajudando-me a construir as trilhas neste meu “rito de passagem” da Linguística para a Antropologia. À Profª. Drª. Rosa Acevedo Marin, pelo apoio desde minha participação na Disciplina "Povos e Comunidades Tradicionais: Perspectivas e Debates", ministrada pela docente, momento em que uma semente de inquietação me foi plantada acerca do sentimento de pertença do indivíduo a seu local de moradia e/ou de convivência, e também pelos valiosos conselhos para esse texto. À Profa. Drª. Jane Beltrão, por ter me auxiliado na delimitação da extensão territorial a ser investigada e por me munir de argumentos para efetivar tal restrição, já que me sentia bastante insegura para fazê-lo, considerando que sou oriunda de uma área em que a quantidade do que se estuda determina a validade da pesquisa e dos resultados alcançados. Agradeço pela prudência nas recomendações durante a disciplina "Métodos e Técnicas de Investigação em Antropologia", ministrada pela mestra, e também em determinados episódios ao longo de toda a pesquisa. À Profa. Denise Pahl Schaan, ex-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), quando de minha entrada no doutorado, por todo o apoio em meus passos iniciais no programa e pela compreensão, não só destinada a mim, mas a todos os provenientes de outros programas, incentivando-nos na busca pelo conhecimento antropológico, mas respeitando a maturação de cada um, estabelecendo um diálogo fluido e verdadeiro com cada pesquisa que compõe o PPGA. Ao Prof. Dr. Fabiano Gontijo, pelas sugestões quando de sua participação em minha banca de qualificação, momento em que me auxiliou na delimitação do local da pesquisa, incentivando-me a observar o lugar sob uma ótica mais antropológica. Agradeço também pelo incentivo e pelo diálogo sempre presentes em nossa relação após o evento. À prof.ª Dr.ª Ivânia Neves, por me auxiliar de forma definitiva no aporte teórico desta pesquisa, ao integrar minha banca de qualificação, evidenciando toda seu preparo para o trabalho acadêmico e o amor a que tem dedicado ao seu ofício. Ao Prof. Dr. Flávio Leonel da Silveira, por me instigar à problematização acerca da pesquisa de campo, dos posicionamentos no palco da pesquisa e das interações efetivadas no lócus da investigação, pelo apoio e sugestões de leituras quando ministrou a disciplina "Fundamentos da Antropologia Social" e em outros momentos ao longo do curso. À Profa. Drª. Cristina Donza Cancela, pelas esclarecedoras lições de Antropologia Contemporânea, na disciplina "Teoria Antropológica Contemporânea", e também por me semear dúvidas quanto às classificações, aos enquadramentos e às determinações a que imputamos os colaboradores da pesquisa, predefinindo suas ações ao que pretendemos responder, muitas vezes sem levar em conta as reais necessidades do público alvo da investigação. Ao Prof. Dr. Abdelhak Razky, que, embora tenhamos esbarrado em questões de cunho metodológico na primeira parte da investigação, quando o mestre era meu orientador, sempre deixou muito claro o seu norte teórico, respeitando os demais, mas defendendo sua verdade científica de forma segura e embasada teórica e empiricamente. Um ser admirável, que muito colaborou para minha formação acadêmica e a quem serei eternamente grata. Às professoras Marilucia Barros Oliveira e Simone Negrão de Freitas (PPGL-UFPA), pelo amparo quando de minha decisão em mudar o foco de minha pesquisa, avaliando como acertada minha decisão e apoiando-me nesta. E aos alunos (bolsistas e voluntários) do Projeto Geolinterm-ALIPA, coordenado pelo Prof. Dr. Abdelhak Razky, por me permitirem fazer parte de suas vidas, mesmo não mais integrando a equipe. Agradeço à bolsista deste grupo, Amanda Monteiro, que me auxiliou nas transcrições das entrevistas e muito contribuiu para o bom andamento deste trabalho. A Cléo Ferreira, ex-secretária do PPGA, pelo auxílio nunca negado e pela ética no trato com os discentes do programa quando de sua passagem por este. E ao atual secretário do programa, Antônio Carlos, pelas inúmeras vezes em que necessitei de seu auxílio e o mesmo nunca se furtou em dá-lo, nem a mim nem a quaisquer outros discentes. À Secretaria Estadual de Educação do Estado do Pará (SEDUC-PA), que me concedeu licença remunerada pelo período em que estive afastada de minhas funções como professora do Ensino Médio. Agradeço também pelo recebimento de bolsa durante três anos, o que me possibilitou efetivar a pesquisa de forma segura e tranquila. Aos meus queridos amigos no PPGA: Robson Cardoso, por sua brandura e por me ajudar a compor o texto desta tese, auxiliando-me na construção e discussão do aporte teórico; Ligia Filgueiras, pela generosidade em vários momentos de desespero, principalmente durante a disciplina "Métodos Quantitativos em Antropologia", mas também em várias outras ocasiões, o que demonstra sua capacidade de pensar nos outros antes de em si mesma; Manoel Cláudio da Rocha, pelos ensinamentos sobre Antropologia, sua simplicidade em repassá-los e sua humildade ao fazê-lo; John Fletcher, por jamais se furtar a um esclarecimento e ao diálogo franco, considerando sua majestosa formação teórica e sua paradoxal simplicidade; Marcelo Almeida, pela amizade desenvolvida durante o curso, que ultrapassou ao aspecto pessoal; Elizabete Pires, grande amiga e conselheira, companheira de estudo e de discussão teoricoprática; Edyr Batista, pelas preciosas dicas durante o curso; Graça Tapajós, indígena que me inspira com sua força, coragem e liderança; e agradecimentos particulares aos companheiros/as na Representação Discente durante o ano de 2013 no PPGA: Robson, Lígia, Manoel e Marcelo, grupo coeso, que me ensinou o verdadeiro sentido de cumplicidade acadêmica. Agradeço imensamente à Prof.ª Maria Aparecida R. de Farias, minha irmã, que me auxiliou na seleção e busca pelos interlocutores, além de me acompanhar em quase todas as intervenções, também buscando em sua memória fatos e lugares relevantes para este trabalho. Tais ações foram fundamentais para o bom andamento e resultados da pesquisa, visto que o contato com os moradores, a comunicação fluida e as intervenções extremamente pertinentes ajudaram a conduzir o pensamento tanto da entrevistadora quanto dos entrevistados. Agradeço ao Senhor Raimundo Ferreira Lima Júnior, que muito me auxiliou no início da pesquisa de campo, indicando-se e recebendo em sua casa, em Murinin, dois dos interlocutores desta pesquisa, oferecendo-nos um farto almoço após a entrevista. Além disso, agradeço o interesse pelo trabalho acadêmico, dispondo-se a auxiliar-me em outros momentos, acompanhando-me às entrevistas, caso fosse necessário. Finalmente (mas não menos importante), agradeço aos interlocutores desta pesquisa, que se mostraram solícitos na investigação e orgulhosos por serem foco de um trabalho acadêmico, alguns dos quais conheço desde a minha mais tenra idade e que fazem a história da comunidade benevidense, em geral, e muriniense, em particular. Muito obrigada! A principal característica do lugar é a identidade que o homem cria com ele. Ou seja, o lugar representa a construção física ou simbólica do espaço referido por todos aqueles que criam uma afetividade com esse lugar, dando a ele um sentido de pertencer ao mundo onde esse indivíduo vive. Além disso, o lugar é ao mesmo tempo “princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa” (Augé, 1994:51).
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