Antropologia da comunicação de massa Isabel Travancas Silvia Garcia Nogueira (orgs.) SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros TRAVANCAS, I., and NOGUEIRA, SG., orgs. Antropologia da comunicação de massa [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2016. Paradigmas da Comunicação collection, 307 p. ISBN 978-85- 7879-332-6. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Organização Sobre a coleção Este livro apresenta reflexões de pesquisadores brasi- Silv Isabel Travancas leiros e argentinos sobre a comunicação de massa na ia GIs Silvia Garcia Nogueira Coleção PARADIGMAS DA perspectiva da antropologia. São trabalhos que trazem aa (Orcbe (Organização) COMUNICAÇÃO uma articulação complexa sobre temas como televi- rgial T são, cinema, mercado editorial, jornalismo, política e an Nra EEddiittoorr :A Ldujiuzn Ctou:s Ctóiddoiov adl aM Soilrvaais de Sousa isme ppreelnas cao. Nmausn úicltaimçãaos ddeé cmadaasss at edme nctrreos cdidoo c oa minpteor edsa- izaçãoogueirvanca )as Isabel Travancas é professo- antropologia. Ela tem, cada vez mais, se voltado para Conselho Editorial ra da Escola de Comunicação temas contemporâneos buscando examiná-los à luz C A Antonio Roberto Faustino da Costa da UFRJ. É jornalista, mestre O N de um novo enfoque, que percebe sua complexidade, Cidoval Morais de Sousa M T em Antropologia Social pelo Fernando Firmino da Silva sem preconceitos ou visões estereotipadas. O universo U RO ANTROPOLOGIA DA Museu Nacional-UFRJ e dou- Isabel Travancas dos meios de comunicação com seus emissores, recep- N P Antropologia da tora em Literatura Compara- Luiz Antonio Mousinho Magalhães I tores e mensagens é um fértil terreno de pesquisa e C O LRuoibze Crutos tMódairod edna LSuilcveana uma excelente porta de entrada para compreensão da AÇ LO COMUcoNmIuCniAcaÇçãÃo Ode mDaEss Ma ASSA dlivar opse: lOa mUEuRnJd. oÉ daoust joorran adloiss- vida social no século XXI. Os artigos aqui reunidos à G Silvia Garcia Nogueira O I tas, O livro no jornal e Juven- Thiago Quiroga trazem uma multiplicidade de abordagens, algumas A D tude e Televisão. Wellington Pereira surpreendentes e, pela sua originalidade temática e D E A por sua capacidade de análise, fazem desse livro uma M Coleção PARADIGMAS DA obra imprescindível para todos os interessados no A COMUNICAÇÃO aborda a S sociabilidade contemporânea como fenômeno da comunicação nos dias atuais. S A marcada pela comunicação social e midiática, constituída enquanto campo de conhecimento em interface dialética com a antropologia, filosofia, psicologia, sociologia e demais ciências. Silvia Garcia Nogueira é professora da graduação e da pós-graduação em Rela- ções Internacionais da UEPB. É jornalista, mestre e douto- ra em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ. Possui pesquisas nos PARADIGMAS DA campos da Comunicação, COMUNICAÇÃO da Antropologia e das Rela- ções Internacionais. Universidade Estadual da Paraíba Prof. Antonio Guedes Rangel Junior | Reitor UEPB Prof. José Etham de Lucena Barbosa | Vice-Reitor Editora da Universidade Estadual da Paraíba Luciano do Nascimento Silva | Diretor Antonio Roberto Faustino da Costa | Diretor-Adjunto Conselho Editorial Presidente Luciano do Nascimento Silva Conselho Científico Alberto Soares Melo Cidoval Morais de Sousa Hermes Magalhães Tavares José Esteban Castro José Etham de Lucena Barbosa José Tavares de Sousa Marcionila Fernandes Olival Freire Jr Roberto Mauro Cortez Motta Coleção PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO Editor: Luiz Custódio da Silva Editor Adjunto: Cidoval Morais de Sousa Conselho Editorial Antonio Roberto Faustino da Costa Cidoval Morais de Sousa Fernando Firmino da Silva Isabel Travancas Luiz Antonio Mousinho Magalhães Luiz Custódio da Silva Roberto Marden Lucena Silvia Garcia Nogueira Thiago Quiroga Wellington Pereira Editora filiada a ABEU EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA Rua Baraúnas, 351 - Bairro Universitário - Campina Grande-PB - CEP 58429-500 Fone/Fax: (83) 3315-3381 - http://eduepb.uepb.edu.br - email: [email protected] Isabel Travancas Silvia Garcia Nogueira (Organização) ANTROPOLOGIA DA COMUNICAÇÃO DE MASSA Campina Grande - PB 2016 Copyright © EDUEPB A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98. A EDUEPB segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil, desde 2009. Editora da Universidade Estadual da Paraíba Luciano do Nascimento Silva | Diretor Antonio Roberto Faustino da Costa | Diretor-Adjunto Design Gráfico Erick Ferreira Cabral Jefferson Ricardo Lima Araujo Nunes Lediana Costa Frutuoso Leonardo Ramos Araujo Divulgação Zoraide Barbosa de Oliveira Pereira Revisão Linguística Elizete Amaral de Medeiros Normalização Técnica Jane Pompilo dos Santos Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907. FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB 302.23 A636 Antropologia da comunicação de massa [Livro eletrônico]./ Isabel Travancas; Silvia Garcia Nogueira (Organizadoras). - Campina Grande: EDUEPB, 2016. (Coleção Paradigmas da Comunicação). 2400 kb. 308 p. Modo de acesso: Word Wide Web <http://proreitorias. ascom.uepb.edu.br/prograd/?page_id=655 ISBN 978-85-7879-256-5 ISBN EBOOK 978-85-7879-263-3 1. Comunicação. 2. Antropologia. 3. Mídia – televisão- consumo. 4. Meios de comunicação. I. TRAVANCAS, Isabel. II. NOGUEIRA, Silvia Garcia. III. Título. 21 ed. CDD. Nota dos Editores A Coleção PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO tem como foco estudos que contemplem a comunicação social e midiática como constituinte da sociabilidade contemporânea, a partir de abordagens teóricas múltiplas dos diferentes campos de conhecimento. Sumário A Comunicação de Massa no campo da Antropologia 9 . . . . . . . . . . . . . . . . Isabel Travancas Silvia Garcia Nogueira Da mediação à punição: visões e confrontos do consumo entre classes em um seriado de TV 27 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Carla Barros Já vale tudo? Dilemas éticos e suas representações midiáticas em tempos de paradigmas deslizantes 51 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ana Lucia Enne Jovens rurais e as desigualdades sociais do campo representadas no Jornal Nacional 69 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Julia Schnorr A crônica como um espaço itinerante da cidade 95 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jeana Laura da Cunha Santos “Afinal de contas, autoajuda funciona ou não?”: apontamentos sobre o estudo antropológico de produtos culturais 113 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Talita Castro Imagens juvenis no cinema brasileiro contemporâneo 143 . . . . . . . . . Janie k. Pacheco High school cinematográfica: juventude, consumo e popularidade nos filmes de John Hughes 161 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . César Cundari da Rocha Santos Lennita Oliveira Ruggi Marcelo Francisco Democracia en imágenes. Fantasmas y esperanzas en los relatos electorales de la Argentina contemporánea (1983-2011) 191 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mercedes Calzado Manchetes assustadoras: a construção social do medo entorno de um caso de violência sexual 219 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Jimena Maria Massa Visões de um quase acontecimento: desenvolvimento, sustentabilidade e as disputas de sentido no debate midiático sobre Belo Monte 251 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Luciana de Oliveira As estratégias da Secom/PR e a construção de uma identidade brasileira no âmbito internacional 283 . . . . . . . . . . . . . . . . Silvia Garcia Nogueira Sobre os autores 303 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Comunicação de Massa no campo da Antropologia Isabel Travancas Silvia Garcia Nogueira Introdução Há mais de dez anos, quando começaram a surgir os primeiros Grupos de Trabalho ou Seminários Temáticos sobre Comunicação de Massa nos Congressos da área de Ciências Sociais, mais espe- cialmente na Antropologia, não se poderia imaginar o quanto esse campo iria crescer e ser uma presença nos eventos futuros. E é um pouco sobre essa história que gostaríamos de falar. A grande referência para os estudos sobre a Indústria Cultural e os meios de comunicação de massa, durante muito tempo, foram os trabalhos da chamada Escola de Frankfurt, especialmente a obra de Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin. Eles não só produziram uma reflexão original sobre essa indústria e seus pro- dutos como deram a ela um status de objeto legítimo de pesquisa. Adorno e Horkheimer (1991) com seu texto clássico “A Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas” estavam preocupados em entender como a cultura tinha se transformado 9 em produto e todos eram forçados a passar pelo filtro da indústria cultural. Nela, não há lugar, segundo eles, para a crítica nem para o respeito. Uma visão bastante radical, classificada como “apocalíp- tica” por Umberto Eco (1998), em seu também importante ensaio sobre a indústria cultural. Essas fontes foram essenciais para a cons- trução de um espaço de reflexão sobre os meios de comunicação de massa dentro da Antropologia. A Escola de Chicago, com seus estudos sobre a cidade, seus habitantes e seus estilos de vida foi outra corrente fundamen- tal por olhar a questão urbana sob um novo prisma e demonstrar que a Antropologia não precisava apenas estudar povos exóticos e distantes. O trabalho de Robert Park (2008, p.51-70) é relevante não só pelo fato de ele ter sido jornalista e enfatizado a influência dessa experiência na sua formação, mas por procurar ver “as notí- cias como forma de conhecimento” destacando inclusive que “no mundo moderno o papel da notícia tem assumido maior importân- cia em comparação com outras formas de conhecimento, a história, por exemplo” (PARK, 2008, p.70). E para o autor, o surgimento do repórter pode ser considerado um dos mais importantes eventos da sociedade norte-americana. Dentro de um contexto mais contemporâneo de reflexão sobre os meios de comunicação de massa, os trabalhos de duas antropó- logas norte-americanas se destacam. São elas Debra Spitulnik e Lila Abu-Lughod. Spitulnik é professora da Emory University e escreveu uma tese de doutorado sobre a rádio na África. Sua resenha sobre a inter- seção da Antropologia com a Comunicação, publicada em 1993, no Annual Review of Anthropology, chama a atenção para o fato de ainda, naquela época, não ser possível falar em uma “antropologia dos meios de comunicação de massa”, embora, na última década, tenha havido um aumento do interesse em estudá-los. Segundo a 10
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