UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP NATALIA ZANINETTI MACEDO Análise fonológica de nomes próprios de origem estrangeira e novas criações em Português Brasileiro ARARAQUARA – SP 2015 NATALIA ZANINETTI MACEDO Análise fonológica de nomes próprios de origem estrangeira e novas criações em Português Brasileiro Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras - Unesp/Araraquara, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Linguística e Língua Portuguesa. Linha de pesquisa: Análise fonológica, morfossintática, semântica e pragmática. Orientadora: Profa. Dra. Gladis Massini- Cagliari Bolsa: FAPESP – Processo 2013/ 01454-5 ARARAQUARA – SP 2015 Dedico este trabalho aos meus pais, à minha irmã e à minha orientadora, como forma da minha mais sincera gratidão por todo o incentivo na realização deste meu sonho. Agradecimentos Agradeço aos que tornaram possível a realização desta dissertação, sobretudo: Deus, Nossa Senhora e meu anjo da guarda, pela providência; Minha querida orientadora e grande incentivadora, Profa. Dra. Gladis Massini- Cagliari, pelos conhecimentos que partilha comigo e por me fazer seguir em frente mesmo quando meus passos vacilam; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) – processo número 2013/ 01454-5 – órgão financiador deste trabalho, que me permitiu a dedicação exclusiva a ele. Professores, funcionários e amigos da UNESP/FCL-Araraquara, em especial, os professores doutores Daniel Soares da Costa e Luiz Carlos Cagliari e as professoras doutoras Cristina Martins Fargetti e Natália Cristine Prado, pela leitura atenta e pelas colaborações feitas a este trabalho, e também minhas colegas Carol, Mariana, Gisela, Juliana, Eliane, Geisibel, Lívia e Mariane, pela solicitude de sempre e pelas palavras de incentivo; Prefeitura Municipal de São Carlos, nas pessoas do Prof. Dr. Carlos Alberto Andreucci e Afonso Henriques, e aos (muitos!) voluntários da pesquisa, moradores dessa cidade; Meus pais, Rosana e Natalino, e também meus avós, pelo amor incondicional e pelo apoio; Minha irmã, Thaís, e minha “prima-irmã”, Luciana, pelas companhias e pelas palavras acalentadoras, pelos puxões de orelha oportunos e pelas ajudas indispensáveis; Meu namorado e amigo, Rafael, que chegou para ficar; Meus amigos e amigas (que são tantos e tão queridos), pelas dores e alegrias partilhadas no dia-a-dia, principalmente ao Pi, a quem devo muita gratidão. Inspirai, Senhor, nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. (Missal Romano) Concedei-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que Vos conheça, uma vontade que Vos busque, uma sabedoria que Vos encontre, uma vida que Vos agrade, uma perseverança que Vos espere com confiança e uma confiança que Vos possua enfim. (Pedido de Sabedoria, São Tomás de Aquino) Para todos os seres humanos, constitui quase um dever pensar nisto: o que já se tiver realizado é sempre pouco em comparação com o que ainda resta por fazer. (São João XXIII) MACEDO, Natalia Zaninetti. Análise fonológica de nomes próprios de origem estrangeira e novas criações em Português Brasileiro, 160 fls. Dissertação (Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2015. RESUMO O objetivo principal deste trabalho é analisar processos de adaptação fonológica de nomes próprios de origem estrangeira e novas criações em Português Brasileiro. Visando trazer contribuições para a determinação das relações entre mudança linguística e identidade fonológica, a partir da investigação dos limites entre o que é e o que não é considerado “português”, do ponto de vista do som, para os seus próprios falantes nativos, foram coletados e analisados prenomes de alunos matriculados na rede municipal de ensino da cidade de São Carlos–SP. Os alunos designados pelos nomes coletados foram convidados a responder um questionário contendo informações gerais sobre seus nomes e hipocorísticos. Posteriormente, foram realizadas gravações das pronúncias de alguns prenomes com duas informantes (funcionárias) de duas escolas desta cidade. Os dados foram transcritos fonética e fonologicamente, permitindo a análise à luz dos modelos fonológicos não lineares. Este estudo buscou compreender, por meio da presença de antropônimos de origem inglesa no Brasil, como o sistema linguístico do IA (Inglês Americano) e do PB (Português Brasileiro) relacionam-se e interinfluenciam-se, uma vez que um mesmo antropônimo pode apresentar, ao mesmo tempo, marcas das duas línguas, quer de natureza fonético-fonológica, quer de natureza ortográfica. Investigou-se a força do sistema fonológico da língua de chegada no processo de incorporação de palavras estranhas a esse sistema, constatando-se que o falante, muitas vezes, tem consciência sobre o funcionamento de sua língua materna e opera com e sobre ela em momentos oportunos para escapar do que seria esperado naquele contexto, dessa forma, negando e afirmando, ao mesmo tempo, questões relacionadas à sua identidade linguística e cultural. Palavras-Chave: Processos de adaptação fonológica. Nomes próprios. Estrangeirismos. Novas criações. Hipocorísticos. Acento. MACEDO, Natalia Zaninetti. Análise fonológica de nomes próprios de origem estrangeira e novas criações em Português Brasileiro, 160 fls. Dissertação (Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa) – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2015. ABSTRACT The main objective of this study is to analyze phonological adaptation processes in proper names of foreign origin and new creations in Brazilian Portuguese. In this sense, the first name of students enrolled in public schools in São Carlos, SP, were collected and analyzed, in order to investigate the relationship between language changes and phonological identity, based on the limits related to what is and what is not considered "Portuguese", from the point of view of the pronunciation (sound), to native speakers. The students designated by the names listed were asked to answer a questionnaire containing general information about their names and nicknames. Subsequently, recordings of the pronunciation of a few names were made with two informants (employees) from two schools of this city. Data were phonetically and phonologically transcribed as well as analyzed based on non-linear phonological models. This study aimed to understand, through the presence of anthroponyms from English origin in Brazil, how the linguistic system of AE (American English) and BP (Brazilian Portuguese) relate and influence each other, since the same anthroponym may present, at the same time, phonetic, phonological and orthographic traces from both languages. The strength of the phonological system of the target language in the incorporation process of outsider words to this system was investigated. Thereby, it was found that the speakers are often aware of the functioning of their mother language and operate with and on it at opportune moments to escape from what would be expected in that context, thus simultaneously denying and affirming issues of their linguistic and cultural identity. Keywords: Phonological adaptation processes. Proper names. Foreign words. New creations. Stress. LISTA DE FIGURAS Figura 1.1- Tipologia de antropônimos .......................................................................... 25 Figura 2.1 - Matrizes de traços distintivos das vogais .................................................... 38 Figura 2.2 - Direcionalidade na construção dos pés........................................................58 Figura 3.1 - Distribuição dos prenomes em categorias e subcategorias..........................76 Figura 4.1 - Articulação dos sons [tʃ] e [dʃ] em inglês ................................................. 117 Figura 4.2 - Processo de adaptação fonológica sofrido pelo prenome Richard na passagem do IA para o PB, variedade são-carlense, com base na transcrição fonológica de Souza (2011) para o inglês. ..................................................................................................... 119 Figura 4.3 - Processo de adaptação fonológica sofrido pelo prenome Dhienifer na passagem do IA para o PB, variedade são-carlense, com base na transcrição fonológica de Souza (2011) para o inglês....................................................................................... 119 Figura 4.4 - Articulação da lateral vozeada “l claro” ................................................... 121 Figura 4.5 - Articulação da lateral alveolar velarizada vozeada “l escuro” ................. 122 Figura 4.6 - Processo de adaptação fonológica sofrido pelo prenome Ronald na passagem do IA para o PB, variedade são-carlense, com base na transcrição fonológica de Souza (2011) para o inglês. ..................................................................................................... 124 Figura 4.7 - Articulação da consoante nasal velar vozeada /ŋ/ .................................... 127 Figura 4.8 - Processo de adaptação fonológica sofrido pelo prenome Maycon na passagem do IA para o PB, variedade são-carlense, com base na transcrição fonológica de Souza (2011) para o inglês. ..................................................................................................... 130 Figura 4.9-Processo de adaptação fonológica sofrido pelo prenome Deivid na passagem do IA para o PB, variedade são-carlense, com base na transcrição fonológica de Souza (2011) para o inglês. ..................................................................................................... 133 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 4.1 - Porcentagem das subcategorias encontradas na categoria “Nomes usuais no PB” ....................................................................................................92 Gráfico 4.2 - Porcentagem das subcategorias encontradas na categoria .........................92 Gráfico 4.3 - Distribuição porcentual das subcategorias na amostragem total ...............93 Gráfico 4.4 - Motivações de escolha dos antropônimos..................................................99 Gráfico 4.5 - Afeição aos apelidos ................................................................................100
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