ANDRÉIA POSSER CARGNIN ANÁLISE EXPERIMENTAL E ANALÍTICA DA FISSURAÇÃO DE PAVIMENTOS DE CONCRETO CONTINUAMENTE ARMADOS EM CLIMA TROPICAL SÃO PAULO 2016 ANDRÉIA POSSER CARGNIN ANÁLISE EXPERIMENTAL E ANALÍTICA DA FISSURAÇÃO DE PAVIMENTOS DE CONCRETO CONTINUAMENTE ARMADOS EM CLIMA TROPICAL Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências. Orientador: Prof. Dr. José Tadeu Balbo São Paulo 2016 ANDRÉIA POSSER CARGNIN Engenheira Civil, Universidade Federal de Santa Maria, 2014 ANÁLISE EXPERIMENTAL E ANALÍTICA DA FISSURAÇÃO DE PAVIMENTOS DE CONCRETO CONTINUAMENTE ARMADOS EM CLIMA TROPICAL Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de Concentração: Engenharia de Transportes – Infraestrutura de Transportes. Orientador: Prof. Dr. José Tadeu Balbo São Paulo 2016 Aos meus pais Roque e Selma, em sinal do meu amor incondicional e eterna admiração; Ao amigo José Tadeu Balbo, em nome da amizade e carinho ao longo desses dois anos; AGRADECIMENTOS Desenvolver uma pesquisa de mestrado inovadora no país ao longo desses dois anos não foi uma tarefa fácil e, sabendo que na vida ninguém alcança o sucesso sozinho, é chegada a hora de agradecer àqueles que de uma forma ou outra colaboraram para o êxito dessa pesquisa. Agradeço primeiramente à Deus, pois foi Nele que sempre encontrei forças e serenidade para superar os momentos de maiores dificuldades; Ao Prof. Dr. José Tadeu Balbo, o qual sob hipótese alguma cogitou desistir da realização desse projeto, mesmo frente às dificuldades inicialmente enfrentadas, agradeço pela orientação e, principalmente, por ter sido um grande amigo e segundo pai, por quem terei um carinho e admiração eternos; Aos nossos parceiros, que financiaram a construção da pista experimental através da seção de materiais, mão de obra e equipamentos: Votorantim Cimentos; Votorantim Metais; Votorantim Siderurgia; Egemix; Grace Brasil; Serveng Mineração; Odebrecht; Morlan Arames e Telas; Construtora OAS; EP Engenharia de Pisos, em especial ao Engenheiro Cláudio Freitas por todo apoio técnico e equipe movimentada para a execução da pista experimental; BBosch Galvanização; Prefeitura do Campus da Capital da USP, em especial ao engenheiro Douglas Costa, o qual não mediu esforços no auxílio para viabilização do projeto dentro do Campus; À Escola Politécnica da USP pelo apoio institucional, bem como ao ICZ Instituto de Metais não Ferrosos, que através de seu Presidente, Ricardo Suplicy, também foi um grande apoiador do projeto; À Prof.ª Dr.ª Ângela Graeff e à Dr.ª Andréa Severi pelas contribuições e incentivo para continuidade da pesquisa no Exame de Qualificação; Aos funcionários do Laboratório de Materiais e Processos Construtivos (Departamento de Construção Civil – PCC – EPUSP) Reginaldo Mariano da Silva e Renata Monte, pela disponibilidade no auxílio para a realização dos ensaios de módulo dinâmico e estático; Aos amigos e colegas do Laboratório de Mecânica de Pavimentos (LMP), engenheiros Rodrigo Freitas, Bruno Ono, Rafael Batezini, Eric Ribeiro, Lucio Salles e Filipe Curvo pelo apoio e ajuda nessa empreitada; um especial agradecimento ao Eric, Lucio e Filipe, os quais nesses dois anos foram muito mais do que colegas de trabalho, tornando-se grandes amigos pelos quais sempre terei um carinho especial. À minha segunda família aqui em São Paulo, Ana Regina e sua filha Flávia, pela calorosa recepção e por me fazerem sentir parte da família; Às minhas queridas amigas que se tornaram irmãs, Jhoanne Hansen e Tatiane Pinheiro, pela amizade, companheirismo e cumplicidade; dentre as agradáveis surpresas que São Paulo me reservou, talvez elas tenham sido as melhores; Aos amigos Deividi e Caroline Pereira pela amizade, preocupação, incentivo, conselhos e encorajamento para a realização desse sonho; Aos meus amigos e companheiros do “Covil da Civil”, engenheiros Lucas Tassinari, Carolina Morcelli, Isabella Facco, Fernanda Saidelles e Francisco Dallosto pela amizade e parceria jamais esmorecidas desde o fim da faculdade e que sabemos serem eternas; Por fim, lembrando a frase de Simone de Beauvoir que diz que “todas as vitórias ocultam uma abdicação”, deixo meu especial agradecimento aos meus pais Roque e Selma, manos Matheus e Marylia, e à vovó D. Zita, pela compreensão pelas muitas vezes que precisei abdicar da presença física em prol da busca pela realização profissional; A vocês, meu profundo e emocionado MUITO OBRIGADA! “A persistência é o menor caminho do êxito. ” (Charles Chaplin) “Os que se encantam com a prática sem a ciência são como timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino. ” (Leonardo Da Vinci) RESUMO Os primeiros estudos sobre pavimentos de concreto continuamente armados (PCCA) foram desenvolvidos em zonas cujo clima característico é o temperado (EUA, Holanda e Bélgica), não se tendo estudos técnicos acerca do comportamento do pavimento em ambiente tropical. A premissa de funcionamento do PCCA está baseada na não execução de juntas de retração, obrigatórias em pavimentos de concreto simples (PCS), ou seja, as fissuras devido à retração do concreto ocorrem aleatoriamente, sendo controladas pela elevada taxa de armadura longitudinal disposta longitudinalmente ao longo de toda a extensão do pavimento. Como essa armadura não possui função estrutural, pois é colocada acima da linha neutra da placa, no banzo comprimido, sua função é manter as fissuras fortemente apertadas, garantindo suavidade ao rolamento e elevada transferência de carga (LTE), a qual ocorre pelo intertravamento dos agregados nas faces fissuradas, proporcionando assim um pavimento de alta durabilidade e que dispende baixíssimos custos com manutenção. No Brasil, a primeira experiência com PCCA teve início no ano de 2010, quando foram construídas quatro seções de 50 m de extensão cada, consideradas curtas em comparação aos 400 m de extensão de um PCCA rodoviário que podem ser alcançados ao final de um dia de trabalho. O monitoramento contínuo de tais seções mostrou haver uma diferença muito significativa de comportamento, comparado aos PCCA tradicionais, no que tange o tempo decorrido para estabelecimento do padrão de fissuração (a primeira fissura surgiu um ano após a construção), bem como espaçamento médio entre as fissuras, devido à curta extensão das placas e a inexistência de um sistema de ancoragem nas extremidades. Assim, para melhor compreender o comportamento de pavimentos de concreto com armadura contínua com padrões condizentes à realidade rodoviária em ambiente tropical, em janeiro de 2016, foi construído no campus da Universidade de São Paulo o primeiro PCCA de longa extensão do Brasil, com 200 m de comprimento. Foram empregados quatro diferentes tipos de concreto, variando o tipo de cimento e o tipo de agregado, bem como foram empregados aço galvanizado e aço comum. Para entender o comportamento do pavimento sob as condições climáticas brasileiras foram realizados três estudos: levantamento de fissuras (espaçamento e abertura), modelagem analítica do espaçamento entre fissuras através de modelos de previsão de retração em concreto e testes com FWD para avaliação da eficiência de transferência de carga (LTE) entre as fissuras. A análise do padrão de fissuração mostrou que o desenvolvimento das fissuras aconteceu conforme a literatura técnica, tendo início na primeira semana após a concretagem e atingindo aproximadamente 60% do número total de fissuras antes do primeiro mês. As seções centrais possuem o maior número de fissuras, pois estão ancoradas pelas seções de extremidade, onde o surgimento das fissuras é mais lento por conta da falta de ancoragem. As aberturas das fissuras mostraram-se maiores nas posições com aço galvanizado devido à menor aderência aço-concreto nesse caso, em comparação às posições com aço comum. O modelo de previsão de retração no concreto que melhor se aproximou do espaçamento médio desenvolvido em campo foi o modelo do Eurocode 2, com diferenças em torno de 30%, aproximadamente. As análises de LTE mostraram um desempenho muito satisfatório, apesar de a LTE nas regiões com aço galvanizado ter resultado menor do que a LTE nas regiões com aço comum. Palavras chave: pavimento de concreto continuamente armado; padrão de fissuração; retração por secagem no concreto; eficiência de transferência de carga.
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