Ouro é dinheiro, mas tem sido em grande parte ignorado por economistas acadêmicos e formuladores de políticas econômicas. Ainda assim, o nobre metal nunca saiu completamente de cena, preservando sua importância nos bastidores. Ele continua indispensável para as reservas das grandes economias do planeta e será ainda mais relevante nos próximos anos. Compreender a dinâmica do ouro nos fornece a referência para entender o futuro do sistema monetário internacional. Em A FEBRE DO OURO, Jim Rickards mostra por que esse é um dos ativos mais seguros para nos proteger das complexas forças econômicas e da instabilidade política do século XXI. Você também verá como os investidores inteligentes estão fazendo para ter ouro físico em sua carteira. “Eu pessoalmente tenho mais de US$ 1.000.000 investidos nesta técnica para proteger a mim e a minha família... e sugiro fortemente que todo brasileiro dedique um pouco de seus investimentos a esse ativo – IMEDIATAMENTE.” – Conselheiro do Pentágono e da CIA, James Rickards JAMES RICKARDS é o editor da newsletter financeira STRATEGIC INTELLIGENCE. Ele também é o autor dos best-sellers A GUERRA DAS MOEDAS e A GRANDE QUEDA. É gestor de carteiras do West Shore Group e consultor em economia internacional e ameaças financeiras do Departamento de Defesa e da comunidade de inteligência dos Estados Unidos. Trabalhou como consultor na primeira simulação de guerra financeira conduzida pelo Pentágono. A Febre do Ouro James Rickards Para minha mãe, Sally Rickards, que me ensinou algo mais valioso do que o ouro: amor. As doze portas eram doze pérolas; cada porta feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente. Apocalipse 21:21 Copyright © James Rickards, 2016 Todos os direitos reservados Publicado por Empiricus Research Capa e Design Guilherme Montanari Diagramação Guilherme Montanari Tradução Mahana Pelosi Cassiavillani Revisão Cássio Pelin 1ª edição: setembro de 2016 Empiricus Research Rua Joaquim Floriano, 913 Itaim Bibi – São Paulo, SP www.empiricus.br Índice Introdução .......................................................................08 Capítulo 1 .........................................................................27 Ouro e o Fed Capítulo 2 .........................................................................31 Ouro é dinheiro Capítulo 3 .........................................................................55 Ouro é seguro Capítulo 4 .........................................................................81 Ouro é constante Capítulo 5 .......................................................................105 Ouro é resiliente Capítulo 6 .......................................................................131 Como adquirir ouro Conclusão .......................................................................147 Agradecimentos .............................................................150 Introdução “Ouro é uma relíquia bárbara.” Quantas vezes você já ouviu essa frase? Se, como eu, você escreve e fala publicamente sobre ouro, deve tê-la ouvido milhares de vezes. É parte de uma ladainha muito bem ensaiada por aqueles que têm confiança completa em papel-moeda e nenhuma confiança em ouro. Assim que alguém diz algo bom sobre ouro, surge essa resposta robótica dos fãs da moeda fiduciária. A reação antiouro é intergeracional. Nas gerações mais velhas, há doutores que se formaram na era dos famosos inimigos do ouro, como Milton Friedman. Essa geração inclui Paul Krugman, Barry Eichengreen, Nouriel Roubini, Martin Feldstein e outros que cobrem todo o espectro ideológico, da direita à esquerda. As outras contribuições teóricas de Friedman estão em grande parte obsoletas (taxas de câmbio flutuantes não são tão boas, e a velocidade do dinheiro não é estável). Mesmo assim, isso não prejudicou como seus acólitos percebem o ouro. Esses gigantes antiouro agora recebem uma jovem geração educada (ou deseducada) para acreditar que ouro não tem espaço no sistema monetário. São blogueiros e comentaristas proeminentes, como Barry Ritholtz, Matt O’Brien, Dagen McDowell e Joe Weisenthal. A multidão antiouro não se importa se você utiliza anéis ou relógios de ouro, apesar de observar com condescendência e pena pessoas que revelam possuir barras e moedas de ouro. Eles mostram suas garras à mera menção de um padrão-ouro. É inaceitável. Eles estão prontos, como uma carabina de resposta imediata, para disparar argumentos explicando por que um padrão-ouro não pode funcionar, não vai funcionar e nunca funcionou. A Febre do Ouro 9 Epítetos como arcaico e neandertal são utilizados com frequência. Este livro, Febre do Ouro, argumenta que ouro é dinheiro, que padrões monetários baseados em ouro são possíveis e até mesmo desejáveis e que, na ausência de um padrão-ouro oficial, as pessoas devem utilizar um padrão-ouro individual, comprando ouro para preservar patrimônio. É reconfortante saber que não estou sozinho em minha defesa do ouro. Com a nova geração de críticos do ouro surge uma nova geração de atenciosos e inteligentes defensores do metal. Essas “jovens armas do ouro” incluem Ronni Stoeferle e Mark Valek, em Viena; Jordan Elieso e Janie Simpson, em Sydney; Jan Skoyles, em Londres; Koos Jansen (pseudônimo de Jan Nieuwenhuijs), na Holanda; e Elaine Diane Taylor, em Vancouver. É uma ótima rede! Eles são uma fonte constante de incentivo e de novos insights para mim. Mesmo assim, antes de argumentarmos a favor do ouro, seria prudente primeiro demolir a acusação contra o ouro. A próxima vez que um inimigo do ouro recorrer a uma resposta de reflexo, você poderá argumentar com fatos e não com clichês. Qual é a acusação contra o ouro? Os críticos sabem tudo de cor. Veja quais são as principais questões: 1. Ouro é uma “relíquia bárbara”, de acordo com John Maynard Keynes. 2. Não há ouro suficiente para sustentar o comércio e o mercado financeiro. 3. A oferta de ouro não cresce na mesma velocidade que o resto do mundo. A Febre do Ouro 10 4. Ouro causou a Grande Depressão. 5. Ouro não tem yield. 6. Ouro não tem valor intrínseco. Cada uma dessas afirmações é obsoleta, falsa ou, ironicamente, um argumento a favor do ouro. Isso não impede ideólogos da moeda fiduciária de utilizá-las. Vamos dissecá-las uma a uma. Ouro é uma “relíquia bárbara”, de acordo com John Maynard Keynes É fácil refutar esse argumento. Keynes nunca disse isso. O que ele disse é mais interessante. Em seu livro, Monetary reform (1924), Keynes escreveu, “Na verdade, o padrão-ouro já é uma relíquia bárbara”. Keynes não estava discutindo o ouro, mas um padrão-ouro e, no contexto de 1924, ele estava certo. O notadamente falho padrão- ouro, que prevaleceu sob diversas formas, de 1922 a 1939, nunca deveria ter sido adotado e deveria ter sido abandonado muito antes de seu fim, na época da deflagração da Segunda Guerra Mundial. Keynes era, acima de tudo, pragmático. Em julho de 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, ele foi a voz mais persuasiva em favor de continuar no clássico padrão-ouro em vigor desde 1870. A maioria dos países em guerra abandonou o padrão-ouro imediatamente para financiar a guerra com o ouro que tinha. O Tesouro de Sua Majestade e o Banco da Inglaterra queriam fazer o mesmo.